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10 ações para ensinar educação financeira para crianças e adolescentes

por Janaína Gimael
3 min leitura
educação financeira para crianças

Outro dia uma mãe chegou até mim e disse que se arrependia por não ter ensinado ao filho – atualmente um homem de quase 40 anos – a cuidar direito do dinheiro. Contou que, quando criança e adolescente, ele sempre tivera tudo na mão e que, depois, no início da vida adulta, continuou recebendo os mimos dos pais sem ter que assumir qualquer responsabilidade. O resultado? Hoje, não consegue organizar o salário para dar conta das obrigações da casa, continua comprando coisas inúteis, e gera uma série de preocupações aos pais já idosos pois vive endividado ou pedindo ajuda para pagar uma ou outra conta. Complicado não?

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Entenda uma coisa: o melhor presente que você pode dar a seus filhos, ou a crianças que dependam de você, não são coisas materiais, mas educação suficiente para que eles mesmos, quando adultos, sejam independentes e seguros para conseguirem aquilo que querem. E muito disso tem a ver com educação financeira! Saiba também que, independente de você ter começado a fazer isso ou não, sempre é tempo enquanto estiver nas suas mãos a tarefa de ensinar e compartilhar. Pronto para começar?

Neste artigo separei 10 sugestões de ações para que você consiga começar a ensinar educação financeira para as crianças e adolescentes da sua vida. Claro que caberá a você entender o nível de maturidade de cada um para usar uma ou outra ação. O importante, porém, é aproveitar pequenas oportunidades do cotidiano para começar. Lá na frente, você certamente agradecerá por ter iniciado hoje. Vamos lá?

 

  • O tal do cofrinho –Dar um cofrinho para que crianças pequenas comecem a poupar é uma ótima ação para colocar em prática. Explique como funciona e combine um prazo para abrirem juntos o cofre. Enquanto ela junta, você pode ir conversando sobre a importância de se poupar parte da receita e pensando em sugestões para o uso do dinheiro acumulado.
  • Semanada, quinzenada ou Mesada – Para crianças menores costuma-se recomendar semanadas. Isto porque elas não têm tanta noção de tempo e pode não dar certo dar todo o dinheiro uma única vez no mês. Muitos especialistas recomendam dar uma quantia relacionada à idade da criança. Por exemplo, R$ 2 por ano de idade por semana. Então, uma criança de 4 anos, receberia R$ 8 por semana, e uma de 5, R$ 10 por semana. Para adolescentes você pode adotar a mesada ou a quinzenada, mas também não há problema em dar a quantia semanalmente. Lembre-se apenas de explicar que o valor só será dado naquela data determinada, e a criança ou adolescente deve cuidar bem do dinheiro até a próxima data.
  • Anotar metas de curto e médio prazo – O que fazer com o dinheiro recebido? É importante ensinar a importância de se poupar ao menos uma parte dele para algum objetivo importante. Pergunte à criança ou adolescente o que ele gostaria de fazer com o dinheiro. Pode ser que ele queira juntar para comprar algum brinquedo legal, para ir ao cinema com os amigos, ou qualquer outra coisa. Mas ensine-os desde já a anotar – ou desenhar – os objetivos. Faça as contas para definir quanto tempo e quanto dinheiro precisam ser poupados. Por exemplo, se a criança tem 10 anos, ganha R$ 20 por semana, e consegue poupar metade disso, ela terá R$ 40 em um mês. Mostre que em 5 meses ela terá R$ 200 em mãos. E o que gostaria de fazer com isso?
  • Anotar gastos – Também é legal começar a ensinar a importância de conhecer as receitas e despesas. Na vida adulta isso será fundamental para a organização financeira, portanto, que tal mostrar aos mais velhos que eles podem criar uma planilha, usar um app ou uma simples caderneta para anotar onde o dinheiro está indo?
  • Estimule a doação – Prosperidade também tem a ver com doação e não ao acúmulo de coisas inúteis. Tire uma tarde de vez em quando para separar com a criança ou adolescente todas as roupas ou brinquedos que não são usados e estimule a doação. Você pode fazer disso um hábito, pedindo ajuda tanto na separação quanto na entrega para quem vai recebê-la. Acredite, fará muita diferença na vida para que eles não se tornem egoístas e consumistas demais.
  • Diga “não” ao desperdício – Da mesmo forma, diga “não” ao desperdício em atitudes práticas. Mostre que não é correto desperdiçar água, energia elétrica, alimentos e coisas do tipo. Procure dar o exemplo. Quando entendemos que o mundo é muito mais do que a nossa própria casa tendemos a ter atitudes mais coerentes e cuidamos melhor daquilo que temos, inclusive do dinheiro.
  • Estimule o empreendedorismo – Seus filhos ou crianças ao redor têm um tino empreendedor? Então estimule! Eu, quando criança, adorava criar coisinhas para vender. Era algo natural, eu me divertia fazendo isso. Quando adulto, alguém que gosta de empreender tende a buscar soluções diversas para ganhar mais dinheiro ou não se deixa abater facilmente quando a situação econômica não estiver lá essas coisas. Além disso, é uma maneira de começar a ganhar o próprio dinheirinho. Já vi, por exemplo, no antigo prédio onde morava, crianças realizando uma feirinha com brinquedos que não usavam mais. E posso dizer que aquilo estava sendo bastante divertido para elas. Algo que, mesmo sem saberem, pode ajudar daqui uns anos.
  • Estimule a leitura sobre o tema – Estimular a leitura é recomendável em qualquer fase, e muito disso tem a ver com exemplo. Pais que leem costumam servir de exemplo para crianças e adolescentes lerem também. Mas além disso, presenteie-os com livros sobre o tema ou vá até bibliotecas ou livrarias e passe um tempinho por lá lendo e conversando sobre educação financeira tendo os diversos livros voltados a essas faixas etárias como base.
  • Converse sobre investimentos – Quando você notar que a criança ou adolescente está madura para entender um pouco mais de investimentos, comece a explicar também como eles funcionam e quais as opções mais comuns no mercado. Outro dia minha sobrinha demonstrou curiosidade em saber como funcionava a poupança e aproveitei para falar um pouco sobre a importância de deixar o dinheiro poupado render. Foi a primeira de outras conversas que pretendo ter com ela que, felizmente, já demonstra interesse em cuidar do próprio dinheiro.
  • Dim dim por tarefas – Finalmente, o que você acha de combinar de vez em quando uma troca? A criança ou adolescente ajuda em alguma tarefa que teoricamente não seria dela, e em troca ganha alguns reais? Neste caso, apenas um cuidado: não condicione todas as tarefas da casa ao recebimento de dinheiro. Arrumar a própria cama, por exemplo, não deveria ser uma tarefa paga, nem muitas outras. Mas de repente uma ajuda com a louça pode ser. Mantenha um equilíbrio neste caso e certamente pode ser uma ótima ação para ensinar a importância do trabalho para se receber uma quantia extra!

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