Um fundo Hedge apresenta uma alternativa de investimento diferenciada, com destaque para as altas taxas de retorno. Por isso, esses fundos têm atraído o interesse dos investidores nos últimos anos.
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Mas, apesar de serem populares no mercado, os fundos ainda causam muita confusão entre os investidores. Isso porque não há uma definição desse tipo de fundo, o que dificulta a diferenciação entre fundos de Hedge e fundos de investimento comuns.
Para que você compreenda melhor essas diferenças, fizemos esse conteúdo. Assim, você fica sabendo o que é e como funciona o fundo, quem pode investir nele e os principais fundos de Hedge do mundo e fundos de Hedge brasileiros. Então, confira tudo abaixo!
O que é Fundo de Hedge?
Os Fundos de Cobertura também são conhecidos como Fundos de Hedge ou, no termo em inglês, Hedge Funds. A principal estratégia desses fundos de investimento está em proteger os ativos de perdas financeiras ao mesmo tempo em que buscam por retornos elevados.
A saber, eles são formados em um mercado de derivativos, de forma privada, e aplicados por investidores selecionados. Para que tenham uma rentabilidade mais alta do que a média do mercado, os fundos adotam estratégias mais arrojadas, que exigem um grande conhecimento de seus administradores.
Dessa forma, os investimentos que compõem um fundo Hedge podem incluir:
- Operações de day trade com ações;
- Aplicação em títulos privados;
- Swaps;
- Arbitragem de commodities;
- Até a aquisição de imóveis e obras de arte.
Eles também podem usar outras ferramentas, por exemplo: alavancagens, aluguel de ativos, vendas a descoberto e outras operações estruturadas.
Esse tipo de investimento é considerado de alto risco, já que as estratégias adotadas são diferenciadas em relação aos fundos tradicionais. Para que um fundo seja considerado Hedge fund, ele normalmente apresenta as seguintes características:
- Em primeiro lugar, uma grande liberdade de investimento e alocação de recursos;
- Gestores e profissionais altamente especializados;
- Grande volume de operação;
- Alto patrimônio líquido;
- Pouca divulgação de informações;
- Custos reduzidos de operação;
- Cobrança de altas taxas de administração e performance;
- Foco em aplicações arrojadas;
- Além disso, é preciso ter maior tolerância ao risco;
- E, por fim, há uma baixa correlação com fundos tradicionais.
Curiosidades sobre Fundo Hedge
O nome “Hedge Funds” é histórico, já que os primeiros fundos foram estruturados para ser uma proteção contra o mercado em baixa (Bear Market). Contudo, atualmente o termo funciona como nome genérico para fundos não tradicionais.
O conceito foi usado pela primeira vez por Alfred Winslow Jones, em 1949. Esse investidor comprava ações subavaliadas e, em seguida, as vendia a descoberto. Assim, poderia se proteger dos riscos de mercado.
Entre os anos 1960 e 1970, no entanto, os fundos evoluíram para aumentar os retornos e acabaram se afastando da estratégia inicial de Jones. Os fundos modernos se tornaram populares nos Estados Unidos devido às estratégias mais arriscadas que têm base na alavancagem de longo prazo.
Por questões regulatórias, os fundos Hedge são conhecidos como Fundos Multimercados no Brasil. Apesar do nome, nem todos são, de fato, Hedge funds.
Como funciona um Fundo Hedge?
Os valores aplicados em fundo Hedge são administrados por gestores que buscam aplicá-los de forma diversificada. Normalmente, as aplicações são feitas em investimentos de alto retorno.
Apesar de a principal estratégia ser a proteção de perdas financeiras, nestes fundos, os gestores buscam investir em ativos mais arriscados. Dessa forma, conseguem ter o maior retorno possível.
Como escolher um Fundo Hedge apropriado?
Para que você possa escolher o melhor Fundo Hedge, é preciso:
- Em primeiro lugar, identificar qual é a estratégia do fundo;
- Em seguida, analisar o histórico do gestor;
- Comparar seus retornos com os de outros fundos da mesma categoria;
- Logo depois, comparar a taxa de risco dos fundos;
- Por fim, verificar o índice de risco versus retorno;
- E uma sugestão: invista até, no máximo, 30% de seu patrimônio.
Qualquer um pode investir em um Fundo Hedge?
Como possuem caráter especial, os Fundos Hedge exigem um alto valor de aplicação inicial mínima. Em alguns casos, esse tipo de fundo costuma ser restrito somente para clientes que possuem carteira com mais de R$ 1 milhão.
Outro ponto importante é que esse tipo de fundo costuma ser exclusivo para investidores convidados. É comum que eles não sejam registrados na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CVM), já que muitos são fundos secretos ou não regulados.
Vantagens do Fundo Hedge
Proteção
Os Fundos Hedge podem trazer proteção, e até mesmo retornos positivos, mesmo quando o mercado está em baixa.
Potencial de retorno
Os retornos dos Fundos Hedge são historicamente mais altos do que outros fundos de investimento. Isso acontece devido à liberdade na escolha de ativos e estratégias operacionais. Porém, isso também traz maior risco ao investimento.
Gestão profissional
Os gestores desse tipo de fundo precisam ser extremamente especializados no mercado, e são aptos para tomar decisões e fazer análises e monitoramentos.
Diversificação
Os fundos Hedge trazem diversificação ao portfólio dos investidores por meio do uso de diferentes estratégias ou por meio da alocação de recursos em ativos diferentes.
Desvantagens do Fundo Hedge
Alto risco
Os fundos Hedge podem alavancar posições mais especulativas, mas que também estão mais sujeitas a perdas.
Taxas mais altas
Os fundos Hedge costumam ter 2% de taxas administrativas, e taxas de performance de 20%.
Liquidez limitada
Ao contrário de outros fundos, os Hedge têm restrições para a movimentação dos cotistas. O depósito e a retirada de verbas são permitidos apenas mensal, trimestral ou até anualmente. Além disso, é comum que tenha um período inicial no qual o cotista é impedido de retirar recursos.
Maiores Fundos Hedge
No mundo
Os 10 maiores Hedge Fundos do mundo tiveram US$ 1.604 bi de ganhos líquidos desde seu lançamento, sendo que US$ 176,0 bi deste valor representa os ganhos em 2021. Confira quais são eles:
- TCI (2004) – Desde o lançamento: US$ 36,5 bi, e US$ 9,5 bi em 2021;
- Citadel (1990) – Desde o lançamento: US$ 50 bi, e US$ 8,2 bi em 2021;
- DE Shaw (1998) – Desde o lançamento: US$ 43,7 bi, e US$ 6,4 bi em 2021;
- Millenium (1989) – Desde o lançamento: US$ 42,4 bi, e US$ 6,4 bi em 2021;
- Elliott Management (1977) – Desde o lançamento: US$ 39,3 bi, e US$ 6,0 bi em 2021;
- Bridgewater (1975) – Desde o lançamento: US$ 52,2 bi, e US$ 5,7 bi em 2021;
- Baupost (1983) – Desde o lançamento: US$ 34,7 bi, e US$ 3,4 bi em 2021;
- Farallon (1987) – Desde o lançamento: US$ 32,6 bi, e US$ 3,3 bi em 2021;
- Third Point (1995) – Desde o lançamento: US$ 18,8 bi, e US$ 3,3 bi em 2021;
- Egerton (1995) – Desde o lançamento: US$ 25,7 bi, e US$ 3,1 bi em 2021;
Maiores fundos Hedge brasileiros
Os fundos de Hedge brasileiros que tiveram melhor desempenho até o fim de fevereiro de 2022 são os seguintes:
- Logos Total Return FICFI Mult: +14,97%;
- Vista Multiestrategia Fc FI Mult: +13,03%;
- Mar Absoluto FICFI Mult: +11,11%;
- Asa Hedge FIC FIM: +9,21%;
- Truxt Long Bias Advisory FIC FIM: +9,00%;
- Concordia Harvest FI Mult: +8,90%;
- Vinland Macro 2 Fc Mult: +8,75%;
- XP Macro Plus: +7,63%;
- Ibiuna Long Short B Fc FI Mult: +7,40;
- XP Investor Long Biased 30 Fc FI Mult: +6,70%.
Conclusão
Os fundos Hedge são investimentos de alto risco que trazem diversificação e altos lucros aos investidores. Isso porque as estratégias de aplicação são diversificadas e arrojadas, de forma que garantam o patrimônio mesmo com queda no mercado.
Você já conhecia os fundos Hedge? Conte-nos o que acha desse investimento nos comentários!