Certa vez ouvi um depoimento de uma mulher em uma reportagem sobre as dificuldades cotidianas dos brasileiros: “Minha filha, eu não tenho problemas! Eu tenho questões a resolver! E resolvo cada uma por vez!”. Essa resposta foi formidável, tanto que depois de muito tempo ainda lembro-me da expressão feliz e otimista daquela mulher. Será que a chave desse modo de viver a vida seria seu bom humor? Esse lado otimista abriria novas formas de lidar com as dificuldades? Acredito que sim.
Agora eu pergunto para você, estimado leitor: você tem problemas ou questões a resolver? Podem parecer somente maneiras diferentes de falar a mesma coisa. Não! São coisas bem diferentes, afinal o modo como encaramos nossos desafios define nossas condutas, nossas reações e as nossas estratégias para solucioná-las.
Como viver é também administrar alguns “resultados indesejados”, seria bem melhor para nossa saúde e bem estar se tais desvios fossem encarados como situações que levam a um ponto de partida para indagações; o resultado desse procedimento seria a aprendizagem, como sugeriu John Dewey em 1939. Deste modo podemos sistematizar idéias e antecipar soluções, diminuindo a carga emocional negativa que acompanha os inevitáveis problemas!
Qual o estado do problema?
O livro “Transformando Conhecimentos em Resultados” (Clio Editora), dos escritores Beatriz Muñoz-Seca e Josep Riverola, sugere que devemos analisar o estado do problema de forma que sua descrição leve em conta todos os elementos de seu histórico. Assim, seremos capazes de representar o problema projetando-o em algum domínio de conhecimento como a matemática, o desenho ou a escrita. É colar as idéias no papel para tornar tangível o que nos incomoda.
Essa estruturação deixa a situação mais clara e as chances de encontrar uma solução mais rápida e adequada aumentam. É claro que essa técnica não será capaz de responder a todas as nossas questões, mas não deixa de ser uma opção interessante.
O paradigma do desafio
A nossa capacidade de resolver com eficiência nossos problemas/questões está ligada à nossa competência de buscar as melhores transformações e não cair nas armadilhas da ansiedade e do desespero. Logo, a proposta é simples e o desafio é grande: tentar encarar nossos maiores problemas como questões a serem resolvidas buscando mais clareza e discernimento para encontrar a melhor solução.
Outra análise interessante que deve ser feita em relação ao estado do problema é perceber a sua natureza e a sua freqüência de manifestação. Explico: quando é comum nos deparamos com situações onde o enredo é o mesmo, então algo está errado! Alguma coisa está errada com nossa conduta perante a vida. É momento de mudança de paradigma interior. Um bom começo é perguntar-se: “Por que isso está acontecendo de novo?”.
Como minhas emoções estão afetando meu cotidiano? Como posso perceber algo novo se estou preso ao meu velho paradigma? O que estou disposto a mudar para ver minha realidade de modo diferente? Como uma mudança nas minhas percepções vai mudar minha realidade? Ela ficará melhor? Diferente? As duas coisas? – Betsy Chasse
Problemas ou questões a resolver? Pense nisso e deixe seu comentário para que possamos continuar discutindo o assunto. Até a próxima.
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