Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estão desenvolvendo soluções para aprimorar a apresentação e divulgação de produtos de cinco Indicações Geográficas (IGs) brasileiras.
Ao todo 24 graduandos do curso de Design e áreas correlatas foram selecionados para participar de um projeto de extensão que inclui diversas capacitações, além de visitas in loco para conhecer cada uma das IGs participantes.
A iniciativa é realizada pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), com patrocínio do Japan Patent Office (JPO), com apoio técnico do Sebrae e Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI).
O Sebrae atua no fortalecimento das IGs, desde o momento da estruturação delas para obterem o registro no INPI, até o acesso a mercados.
Nesse projeto, a instituição auxiliou na identificação das Indicações Geográficas nacionais com potencial para valoração do produto e ampliação de mercado e que têm enfrentado problemas no desenvolvimento de embalagens que sejam econômicas, sustentáveis e comuniquem as características únicas do seu produto.
As IGs escolhidas foram: Socol de Venda Nova do Imigrante (ES); Café de Mata de Minas (MG); Açafrão da Região de Mara Rosa (GO); Renda de Agulha em Lacê de Divina Pastora (SE) e Guaraná de Maués (AM).
Em um primeiro momento, os estudantes receberam treinamento sob medida do INPI e de especialistas nacionais renomados sobre propriedade industrial, marcas, patentes, registro de indicação geográfica. Depois disso, com apoio do Sebrae nos estados, eles participaram de visitas técnicas no território das IGs, quando tiveram a oportunidade de conhecer a realidade dos produtores rurais e artesãos.
No momento, os grupos finalizam a definição dos problemas encontrados com aprovação das IGs, para então começarem a desenvolver as soluções. A previsão é que os resultados sejam apresentado em setembro, durante evento com data a ser divulgada.
De acordo com a analista de Inovação do Sebrae Nacional, Maíra Fontenele, foram selecionados diferentes perfis de Indicações Geográficas, com variados níveis de maturidade. Segundo ela, cada IG escolhida possui características únicas e apresenta necessidades específicas que foram identificadas pelos universitários.
“Eles vivem uma experiência real no desenvolvimento de soluções para os produtos que são reconhecidos pela tradição e qualidade. Além de acompanhar as visitas técnicas também vamos ajudar os produtores na implementação dessas soluções”, ressaltou a analista.
A conselheira da OMPI no Brasil, Isabella Pimentel destaca que o projeto visa fomentar a inovação no Brasil por meio do desenvolvimento de habilidades de compreensão e gestão da propriedade industrial. Segundo ela, a propriedade intelectual não apenas protege, mas também contribui para a criação de riqueza para as pequenas empresas.
“Ao garantir a proteção de seus ativos, as pequenas e médias empresas não apenas os protegem de serem violados ou usados sem sua autorização, mas também aumentam o valor de seus negócios. Os ativos de propriedade intelectual podem ser usados como garantias para captação de recursos e também constituem um ativo real para as empresas”, explicou.