A moeda brasileira é a segunda que mais deve se fortalecer contra o dólar até a metade de 2024, avalia o banco norte-americano Wells Fargo em um relatório enviado a clientes nesta terça-feira (25) e obtido pelo Dinheirama.com.
Segundo as estimativas dos economistas Nick Bennenbroek, Brendan McKenna e Anna Stein, o real tende a ganhar 4,3% em relação à moeda americana, atrás apenas do japonês iene.
“Acreditamos que moedas como o real brasileiro, o peso chileno, o peso colombiano e o peso mexicano podem apresentar valorização de longo prazo em relação ao dólar”, explicam.
Mas nem todas, esclarecem. Para o peso argentino, por exemplo, ainda é esperado uma desvalorização cambial explícita do Banco Central, que pode resultar em uma forte liquidação superior a 50%.
O real atingiu ontem o seu menor nível na comparação com o dólar em 15 meses e hoje é negociado a R$ 4,75. Em 2023, a queda acumulada é de 10,04% ante o real.
A estimativa para o final de 2024 é de R$ 4,35.
Selic
O Wells Fargo também chama a atenção para o posicionamento ousado do mercado acerca da trajetória da Selic.
“Acreditamos que os mercados estão precificados para uma flexibilização excessiva do Banco Central do Chile, do Brasil, do México e da Colômbia . No Chile, os mercados estão precificados para cerca de 400 pontos-base de cortes de juros nos próximos seis meses e no México 40 p.b., enquanto os mercados estão precificados para aproximadamente 220 p.b. de cortes no Brasil e em cerca de 170 p.b. de cortes na Colômbia”, avaliam.
A próxima do Comitê de Política Monetária (Copom) será conhecida em 2 de agosto. O consenso é de um alívio de 25 p.b. na Selic, hoje em 13,75% ao ano. Segundo o relatório Focus, que colhe a opinião de economistas do mercado financeiro, o juro terminaria 2023 em 12%.
O Wells Fargo projeta a Selic a 8,25% ao ano no final de 2024, enquanto o Focus estima em 9,5%.
