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Empresas, negócios e custos: “decifra-me ou devoro-te”

por Clayton Nogueira
3 min leitura

Empresas, negócios e custos: “decifra-me ou devoro-te”Atribuída à Esfinge que desafiou Édipo na obra de Homero, a expressão “Decifra-me ou devoro-te” é um desafio para não cometer equívocos em associações e/ou interpretações de textos literários. Nos negócios, a frase pode ser empregada com relação à importância da compreensão e do uso correto da informação sobre custos.

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Os custos proporcionam a informação básica para que os gestores possam planejar e controlar, reportar resultados, bem como custear um objeto de custos. A contabilidade de custos, por meio do custeio, fornece informação relativa à aquisição e ao consumo de recursos, subsidiando o executivo na gestão de custos e no seu processo de tomada de decisão.

Importantes definições
Os custos são a principal ferramenta de mensuração e controle da eficiência econômica, ou seja, fazer mais com menos, o que é imprescindível no ambiente econômico atual.

Custo é um recurso sacrificado ou consumido para se atingir um objetivo específico ou, em outras palavras, é o montante de recurso monetário consumido para se adquirir ou produzir um objeto de custo.

Um objeto de custo, por sua vez, é “qualquer coisa” para a qual uma medição separada de custo é desejada. Um produto tangível, um serviço, um projeto, um cliente, uma marca, uma atividade, um departamento são exemplos de objetos de custo.

Diferentemente do senso comum, um objeto de custo pode ter diferentes custos, para diferentes propósitos. A informação de custos para formar preços deve ser diferente da informação de custos para fins de apuração de resultado fiscal ou para subsidiar o processo de decisão de terceirizar uma atividade (make-or-buy).

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Os custos e a tomada de decisão
Cada decisão requer um modelo de mensuração específico, isto é, um modelo de atribuição de números para representar alguns atributos de um objeto ou evento de interesse. Por exemplo, se estivermos formando preço, os custos relevantes para a decisão são os custos futuros ou de reposição, incrementais e evitáveis, quando se analisa o produto individualmente.

Ainda na decisão de preços, quando se olha a empresa como um todo, o custo de se estar no negócio e o custo de oportunidade do investimento realizado na empresa precisam ser cobertos e remunerados respectivamente, determinando o valor da margem que deve ser gerada para atingir o lucro desejado.

Já os custos para apuração de lucro para fins de pagamento de imposto de renda, por exemplo, tem um modelo de mensuração diferente, com custos históricos – pois aí a objetividade e possibilidade de verificação factual (nota fiscal) são os atributos mais importantes para se evitar a subjetividade na apuração do imposto de renda.

Entendendo o sistema de custos
Um sistema de custos “contabiliza” os custos em dois estágios: no primeiro, ele acumula custos baseado numa classificação natural (matéria-prima, energia elétrica, mão de obra etc.) e, num segundo estágio, designa os custos acumulados aos objetos de custo.

No processo de designação existem os custos diretos (facilmente identificáveis no objeto de custo – a borracha do pneu, por exemplo) e os custos indiretos, que você não vê no produto, mas sabe que eles foram consumidos (a mão de obra ou a energia elétrica empregada na fabricação do pneu).

A meu ver, o mais importante na gestão de custos diz respeito ao entendimento do comportamento dos custos do objeto em análise. As várias classificações de custos procuram, por questões de simplificação, estabelecer padrões de comportamento dos custos para facilitar seu entendimento e subsidiar o processo de decisão.

Além dos custos diretos e indiretos, outra importante distinção é aquela entre custos variáveis (variam proporcionalmente a um direcionador de custos – volume, por exemplo) e custos fixos, que, por um determinado período ou intervalo de volume, não variam proporcionalmente ao direcionador de custo.

A prática do sistema de custos
A classificação direto/indireto é imprescindível para a apuração de resultados de produtos, projetos, serviços e etc. E a recomendação aqui vai de encontro ao que a maioria pratica. Em relação aos custos indiretos, parafraseando meu querido mestre Armando Catelli, “não ratearás jamais”, pois normalmente os critérios de rateio se mostram pouco objetivos e acabam imputando custos aos objetos sem que esses “tenham como se defender”.

Já a classificação variável/fixo é imprescindível para a maioria das decisões econômicas dentro da empresa, pois ela reflete a realidade dos fatos econômicos no ambiente interno. Costumo dividir os custos dentro da empresa entre “custos de se fazer negócios”, que se referem aos variáveis, e “custos de se estar no negócio” como os fixos. Isso facilita a tomada de decisões de preços, de eliminação de produto, make-or-buy, de investimento e muitas outras.

Foto de sxc.hu.

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