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Kepler Weber registra melhor mês de vendas em julho

O déficit de armazenagem atual no Brasil é estimado em 126,1 milhões de toneladas, sendo bastante concentrado no Centro-Oeste, com 83,3 milhões de toneladas de déficit, segundo dados apresentados pela companhia

por Reuters
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Milho

A Kepler Weber, maior produtora de silos para grãos do Brasil, registrou em julho seu melhor mês de vendas da história, em meio à forte demanda de agricultores e agroindústrias diante de um déficit de capacidade de armazenagem no país agravado por uma safra recorde, disseram executivos da companhia durante teleconferência nesta quinta-feira.

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“Em junho, tivemos um mês muito forte de vendas, e em julho foi o maior mês de vendas da história da Kepler, mês muito forte, com combinação (da demanda) de agricultores e agroindústrias”, afirmou o diretor comercial da Kepler Weber, Bernardo Nogueira, sem detalhar números.

Segundo ele, o anúncio no final de junho de um “bom” Plano Safra, programa governamental de financiamento a agricultores, também favoreceu o desenvolvimento dos negócios.

O executivo lembrou que tais transações fechadas no mês passado vão ser faturadas e entrarão nos livros da empresa no último trimestre de 2023 e início de 2024, indicando ainda que a companhia vê maior demanda neste ano em relação a 2022.

Os comentários foram feitos após a Kepler Weber ter divulgado na véspera um lucro líquido de 33,4 milhões de reais no segundo trimestre, 34,9% menor que no trimestre anterior, diante de um cenário econômico “desafiador” pela alta da taxa de juros e postergação de investimentos de grandes clientes para o segundo semestre de 2023.

Agora a Kepler Weber está mais otimista com o cenário para a temporada 2023/24, reiterou o diretor-presidente da companhia, Piero Abbondi.

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“A partir de junho teve esse movimento de aceleração de vendas, o nível de propostas está bastante alto. É questão de avançar no fechamento. Vemos nos últimos mês e meio, dois meses, o interesse de produtor rural de fechar, porque começa a nova safra”, completou ele, considerando que a rentabilidade dos agricultores está relativamente boa, além de ter havido também uma melhora no Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA), incluído no Plano Safra.

Segundo ele, a perspectiva é de que a safra brasileira de grãos e oleaginosas 2023/24, que será plantada a partir de setembro, cresça para 330 milhões de toneladas, versus 317,5 milhões no ciclo anterior, o que poderia agravar o histórico déficit de armazenagem do país.

“Temos visão bastante otimista, nos próximos meses vamos ter mercado mais demandado, uma safra boa, e a tendência de longo prazo é esta, projeção de safra 23/24 é de 330 milhões… para mais dez anos devemos chegar perto de 500 milhões. Desafio bastante grande”, disse.

Segundo o executivo, o déficit de armazenagem de grãos do Brasil precisa ser diminuído pois traz “turbulência” para todo o agronegócio, uma vez que impede que o produtor segure seu produto para vender ao melhor preço, ao mesmo tempo em que acentua gargalos logísticos, quando a safra acaba sendo escoada de uma só vez.

Para Abbondi, o tema da armazenagem “com certeza estará nos próximos anos cada vez mais na mesa do produtor rural”, já que armazém deixou de ser um item “prioritário” para ser “crítico” na agricultura brasileira.

O déficit de armazenagem atual no Brasil é estimado em 126,1 milhões de toneladas, sendo bastante concentrado no Centro-Oeste, com 83,3 milhões de toneladas de déficit, segundo dados apresentados pela companhia.

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