O Brasil tinha no ano passado quase 1,7 milhão de indígenas vivendo no país, mostraram dados do Censo Demográfico 2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta segunda-feira.
Os números mostraram um total de 1.693.535 pessoas indígenas no país em 2022, o que representava 0,83% da população.
Em 2010, o IBGE havia contabilizado 896.917 mil indígenas no Brasil, ou 0,47% do total de residentes no território nacional. O instituto explicou que o aumento expressivo desse contingente pode ser explicado por mudanças metodológicas do Censo.
De acordo com o IBGE, a pergunta “Você se considera indígena?”, que em levantamentos anteriores estava presente somente no questionário para Terras Indígenas oficialmente delimitadas pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), foi estendida para outros agrupamentos indígenas identificados pelo instituto, além de outras áreas urbanas e rurais.
“Só com os dados por sexo, idade e etnia e os quesitos de mortalidade, fecundidade e migração será possível compreender melhor a dimensão demográfica do aumento do total de pessoas indígenas entre 2010 e 2022, nos diferentes recortes”, disse Marta Antunes, responsável pelo projeto sobre povos tradicionais do IBGE.
A maior parte dos indígenas do país (51,25%,ou 867,9 mil) vivia nos Estados da Região Norte, no Mato Grosso e parte do Maranhão. Essa região contempla a chamada Amazônia Legal.
A Região Norte concentrava 44,48% da população indígena em 2022, totalizando 753.357 pessoas. Outros 31,22%, ou 528.800 pessoas, estavam na região Nordeste.
Amazonas (490,9 mil) e Bahia (229,1 mil) lideraram como os Estados com o maior número de indígenas em 2022 e concentravam 42,51% do total dessa população no país.
Já a cidade de Manaus era o município brasileiro com maior número de pessoas indígenas, com 71,7 mil. Depois da capital amazonense, vinham as cidades de São Gabriel da Cachoeira, que tinha 48,3 mil habitantes indígenas, e Tabatinga, com 34,5 mil, ambas também no Estado do Amazonas.
A Terra Indígena Yanomami, que ocupa partes do Estado do Amazonas e de Roraima, era a que tinha o maior número de pessoas indígenas, com 27.152, seguida pela Raposa Serra do Sol, em Roraima, com 26.176 habitantes indígenas, e pela Évare I, no Amazonas, com 20.177.