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Taxas futuras de juros têm alta firme no Brasil com avanço do dólar e IBC-Br

Os receios com a economia chinesa deram impulso ao dólar no Brasil, que chegou a subir mais de 1% em vários momentos do dia

por Reuters
3 min leitura
Mercados

As preocupações em torno do setor imobiliário chinês deram impulso ao dólar no Brasil nesta segunda-feira e fizeram as taxas futuras de juros subirem de forma consistente, com investidores também reagindo aos dados de atividade econômica do Banco Central, que vieram levemente acima do esperado.

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Desde cedo os mercados globais foram conduzidos pelas preocupações com a desaceleração da China — importante comprador global de commodities –, agravada por dificuldades na área imobiliária. No centro da turbulência estava a Country Garden, importante incorporadora chinesa que busca atrasar o pagamento de um título privado.

Os receios com a economia chinesa deram impulso ao dólar no Brasil, que chegou a subir mais de 1% em vários momentos do dia, e fizeram as taxas dos DIs (Depósitos Interfinanceiros) subirem, numa sessão marcada pela aversão ao risco.

“No curto prazo, a China acaba gerando aversão ao risco, o que impacta o dólar. E a moeda norte-americana em alta acaba aumentando as chances de termos juros maiores”, comentou o economista Rafael Pacheco, da Guide Investimentos.

Por trás do movimento está a leitura de que um dólar apreciado significa uma inflação maior, o que exige uma taxa básica Selic em patamares mais elevados. A curva a termo traduziu isso nesta segunda-feira.

Além do exterior, os DIs refletiram em menor grau a divulgação do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) de junho, que subiu 0,63% em relação ao mês anterior, na série dessazonalizada. O resultado foi um pouco melhor do que a expectativa levantada em pesquisa da Reuters com economistas, de avanço de 0,60%.

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Neste caso, a avaliação foi de que uma atividade mais acelerada que o esperado também pressupõe uma Selic mais alta.Com o avanço das taxas futuras nesta segunda-feira, a precificação embutida na curva a termo para o próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC também mudou.

Perto do fechamento, a curva a termo precificava apenas 13% de chances de o corte da Selic em setembro ser de 0,75 ponto percentual. Na sexta-feira, esta precificação era de 34%. Já as chances de corte de 0,50 ponto percentual seguem majoritárias, precificadas em 87%, contra 66% na sessão anterior. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano.

O avanço dos juros futuros nesta segunda-feira foi mais perceptível na ponta longa da curva a termo, justamente onde os estrangeiros mais atuam.

No fim da tarde a taxa do DI para janeiro de 2024 estava em 12,46%, ante 12,426% do ajuste anterior, enquanto a taxa do DI para janeiro de 2025 estava em 10,45%, ante 10,326% do ajuste anterior. Na ponta longa, a taxa para janeiro de 2026 estava em 9,975%, ante 9,814% do ajuste anterior, e a taxa para janeiro de 2027 estava em 10,16%, ante 9,99%.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries tiveram maior volatilidade ao longo do dia, mas também sustentavam ganhos no fim da tarde, com investidores ponderando os dados chineses e esperando a divulgação de números do varejo dos EUA, na terça-feira.

Às 16:40 (de Brasília), o rendimento do Treasury de dez anos –referência global para decisões de investimento– subia 1,90 ponto-base, a 4,1874%.

Pela manhã, o relatório de mercado Focus revelou que a mediana de projeções do mercado para a inflação em 2023 se manteve em 4,84%. Para 2024, passou de 3,88% para 3,86%. Já a expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) este ano foi de 2,26% para 2,29%, mantendo-se em 1,30% para o próximo ano.

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