A leitura que podemos fazer do atual momento econômico nos leva a duas grandes constatações: a primeira, e mais obvia, é a evidente alta dos preços. Tudo está mais caro. A segunda constatação é de que esta pode ser a hora de entrar no mercado de ações, devido aos ativos “baratos” de boas empresas. Será que estamos diante de um saldão de ativos? Alguns acreditam que sim. E você?
Crise é oportunidade de crescimento
Desde a década de 1980, a Bovespa passou por 13 grandes crises. Passado cada furacão, o saldo final das crises foi, em alguns casos, de desvalorização de mais de 50% do índice Bovespa. Em uma tradução simplista, durante as crises os investidores chegaram a “perder” metade do seu investimento.
Cada crise teve seu motivo – e outras virão com outros mais -, mas o fato concreto é que não existem crises eternas. Mais, crises são ótimas oportunidades para o que o investidor antenado perceba e aproveite ótimas chances de ganhar, comprando na baixa. Ou não é verdade que quem entrou na bolsa nos piores momentos se deu muito bem? Afinal, a tendência de alta no longo prazo se mantém inalterada.
Dados econômicos e previsões
A maioria dos analistas acredita que, até o final do ano, o Ibovespa volte a encontrar sua tendência de valorização e chegue próximo dos 80.000 pontos. Difícil de acreditar? Nem tanto.
O PIB previsto para o ano é da ordem de 4%, um crescimento considerável para um ano cheio de volatilidades e preços em disparada. Mesmo a inflação, que fugiu um pouco do centro de sua meta, pode – veja bem, pode –, através dos ajustes, encontrar um destino não tão cruel.
Como assim comprar na baixa?
Não é segredo para ninguém (assim espero) que o sucesso do investidor em termos de resultado aparece com mais força justamente quando ele consegue comprar boas ações na baixa, medindo o seu potencial de valorização, e então vendê-las futuramente por um preço muito mais interessante.
O caso da Vale é um exemplo bastante didático: nos últimos 30 dias, a mineradora teve uma desvalorização de aproximadamente 20%. Mas quem discorda da potencialidade do papel da empresa, analisando o crescimento do setor e a administração profissional e arrojada da empresa?
Com base em recente reportagem da Revista Exame e nos relatórios das empresas Àgora Corretora, Coinvalores, CMA, Infinity, Link Corretora, Corretora SLW, Solidus, Souza Barros, Spinelli e Unibanco, listo algumas sugestões de empresas com bom potencial de valorização para os próximos 12 meses:
- MARCOPOLO – 78%
- BANCO DO BRASIL – 66%
- UNIBANCO – 54%
- BRADESCO – 52%
- B2W – 49%
- VALE – 48%
- USIMINAS – 48%
- LOJAS AMERICANAS – 41%
Estes são apenas alguns exemplos citados por profissionais do mercado. Não trata-se de simples recomendação, mas de alerta para as boas oportunidades enquanto vivemos a crise. Afinal, a vida é feita de oportunidades e saber identificá-las é fundamental. Se você está atento, está sempre um passo a frente. Até sexta.
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Ricardo Pereira é consultor financeiro, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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