Uma economia feita por otimistas, persistentes e sonhadores, é assim que estamos percebendo este momento positivo na economia mundial. Os empreendedores em suas startups e seus negócios inovadores acreditam que podem, acima de tudo e contra todas as probabilidades, construir algo melhor, desenvolver do nada e contribuir com mudanças para um mundo melhor.
No Brasil, vivemos o boom do empreendedorismo: parte significativa do mercado está, finalmente, dando o devido valor a esses que, contra tudo e todos os obstáculos, fazem acontecer. Com isso, o empreendedorismo deixa de ser apenas um meio ou alternativa de sobrevivência para assumir uma posição de importância no cenário nacional. Negócios são criados todos os dias, cada vez mais preparados, trazendo ao mercado serviços e produtos que tem um encaixe, que ofereçam soluções de problemas, brechas e oportunidades não exploradas.
Mesmo sem ter uma educação voltada especificamente para isso, onde se prepara também o aluno para o mercado de trabalho e para a vida empresarial, já temos menos morte empresarial antes dos dois anos de empresa. Segundo o Banco Mundial, somos 6,2 milhões de negócios empreendedores instalados e já estamos em terceiro lugar no ranking de empreendedorismo no mundo.
Mas, afinal, como eles conseguem sobressair no Brasil? Um país com leis antigas e uma complexa, lenta e burocrática máquina pública. Simples, operando à margem e no sentido de não precisar dele, com recursos próprios, da família, ou de um investimento semente, operando com ênfase no capital intangível.
Estes pequenos grandes negócios são tocados pelos sócios que fazem o capital intelectual e usam tecnologia de ponta, utilizam ferramentas gratuitas, serviços nas núvens pagando apenas pelo que usam, fazem uso do Marketing Digital para divulgar seus negócios e trabalham com maior eficiência com operações simplificadas e reduções de custos. O que existe de capital tangível é muito pouco que possa ser contabilizado e que seja essencial. O que significa dizer que, hoje em dia, é preciso de menos recursos para iniciar, construir e manter um negócio.
Até bem pouco tempo, no passado recente, uma empresa pra ter sucesso e conquistar mercado tinha que ter, além de um bom produto, altos investimentos em marketing tradicional, capital de giro, estrutura física, estoque, equipamentos, imóveis, entre vários outros componentes para formação do capital. Hoje, em empresas como Google, Microsoft e FaceBook, seus maiores e valorados ativos são software e gente qualificada. Ou seja, a maior parte são, efetivamente, recursos Intangíveis.
Individualmente, as PMEs (Pequenas e Médias Empresas) são apenas gotas no balde da econômica mundial – mas, no conjunto, fazem um grande volume, pois já são responsáveis por quase 65% do PIB global, segundo pesquisa da Forester Research.
As grandes indústrias e empresas já perceberam o valor da cadeia produtiva e da redução de custos na parceria com MPEs, já que da sinergia com elas derivam benefícios mútuos. As PMEs são hábeis em descobrir como ganhar vantagem, sempre que possível através de associações comerciais, por exemplo. Para uma pequena empresa, uma parceria com uma empresa maior, cuja marca, canal e força de vendas ou distribuição podem ser aproveitado é a grande oportunidade de que precisam.
Bem, não podemos somente comemorar o momento desta nova economia; essa situação tem que ser percebida como um todo. Não é fácil realmente valorizar uma coisa abstrata, que não é tangível, e ainda existem empresários que não entenderam a chamada Revolução Digital e tem dificuldade em valorizar um negócio com estas características.
Você já deve ter ouvido algo tipo “Se não tem mesa, cadeira, maquina, estoque, produto acabado e estrutura, não tem valor!”. Essa afirmação, infelizmente ainda encontramos no mercado, principalmente entre aqueles que aprenderam a fazer negócio na maneira antiga, desde o escambo.
Pense Nisso! @JoaoKepler
Foto de sxc.hu.