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A Classe Média e o novo Brasil

A classe média tem crescido e com ela o poder econômico de seus integrantes. Como isso é bom para o Brasil e por que você deve se interessar? Descubra!

por Ricardo Pereira
3 min leitura

A FGV – Fundação Getúlio Vargas – divulgou, ontem (05/08), estudo em que mostra que a Classe C, a chamada classe média, representa atualmente 51,89% da população economicamente ativa. Há exatamente 6 anos, o índice de representatividade dessa mesma classe era de 44,19%.

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O bom momento da economia brasileira, que apresentou, nos últimos anos, um crescimento robusto e sustentado, começa a aparecer através dos números.

O que se extrai de concreto do resultado da pesquisa é a melhora consistente na distribuição de renda no país, resultado do crescimento econômico.

As mudanças são reflexo do surgimento de inúmeras vagas de trabalho, além do próprio esforço particular das pessoas em buscar melhor qualificação e, assim, garantir acesso a melhores oportunidades. Isso também se reflete nas finanças pessoais e no trato familiar.

A Classe C (média) tem como base uma renda entre R$ 1.064,00  e R$ 4.591,00. Todavia, a média gira em torno de R$ 1.200,00. Percebe-se, ao analisar a pesquisa, que toda uma cadeia produtiva começa a se beneficiar com essa classe média “vitaminada” que surge no Brasil. Afinal, são milhares de novos e vorazes consumidores surgindo todo mês, consumindo celulares, televisores, automóveis e etc.

Essa nova classe média descobre, aos poucos, as possibilidades oriundas do aumento de poder de compra. Mais, descobrem um mundo novo e alimentam um futuro melhor através da chance de guardar dinheiro. O resultado recorde da captação em caderneta de poupança nos mês de julho – ainda o investimento mais buscado pelas pessoas de renda mais baixa – se expressa em valores e no sentimento de poupar:

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“As cadernetas de poupança encerram o mês de julho com captação líquida positiva de R$ 1,984 bilhão, ultrapassando a marca histórica de R$ 251,030 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira, dia 6, pelo Banco Central. O resultado de julho, com depósitos totais que somaram R$ 101,671 bilhões e superaram os saques de R$ 99,687 bilhões, foi o melhor do ano. Houve, ainda, o rendimento de R$ 1,480 bilhão dos depósitos já existentes” (Fernando NakagawaAgência Estado)

Como curiosidade, publicamos o resumo das classes presentes no Brasil, de acordo com o levantamento mensal de empregos do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística:

  • Classe E: Renda de R$ 0 a R$ 768,00
  • Classe D (Remediados): Renda de R$ 768,00 a R$ 1.064,00
  • Classe C (Média): Renda de R$ 1.064,00 a R$ 4.591,00
  • Classes A e B (Elite): Renda acima de R$ 4.591,00

Muito ainda por fazer

Vale ressaltar que ainda temos muito que fazer e não só comemorar os resultados. Podemos começar pela renda média básica de R$ 1.200,00, que ainda é ínfima se comparada aos valores dos gastos e dos impostos que pagamos.

A ineficiência do governo em garantir os serviços mínimos e necessários, como saúde e educação, transfere para as pessoas tais responsabilidades, o que implica em mais gastos familiares. Ou seja, em muitas ocasiões pagamos caro (duas vezes) por muitos serviços.

O exemplo da educação

Definitivamente, a renda média do brasileiro ainda é pequena. O caminho para se mudar este cenário, em médio prazo, é o investimento pesado em educação. Temos alguns bons exemplos de sucesso mundo afora – Coréia do Sul, China e Austrália – que conseguiram reverter fardos e insucessos econômicos antigos graças a esse diferencial educacional.

A saúde financeira, não é nenhuma novidade, esta diretamente ligada à educação. Quanto mais estivermos preparados intelectualmente, mais rápido descobriremos o planejamento financeiro, passando a encarar o consumo como fim e não como meio. Até sexta-feira.

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Ricardo Pereira é consultor financeiro, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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Crédito da foto para stock.xchng.

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