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Ibovespa recua em dia com Powell e IPCA-15, mas assegura semana positiva

O Ibovespa assegurou o sinal positivo no acumulado da semana, com acréscimo de 0,45%, o que não acontecia há cerca de um mês

por Reuters
3 min leitura
O volume financeiro somava 17,15 bilhões de reais (Imagem: Reprodução/Freepik/@rawpixel.com)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta sexta-feira, abaixo dos 116 mil pontos, após o titular do banco central norte-americano deixar aberta a porta para mais aumento dos juros nos Estados Unidos, enquanto, no Brasil, o IPCA-15 mostrou inflação acima das previsões em agosto.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,02%, a 115.837,2 pontos. No começo da sessão, chegou a flertar com o sinal positivo, marcando 117.252,11 pontos. Na mínima do dia, recuou a 115.396,62 pontos.

O volume financeiro somou 18,7 bilhões de reais.

Apesar de tal desempenho, o Ibovespa assegurou o sinal positivo no acumulado da semana, com acréscimo de 0,37%, o que não acontecia há cerca de um mês.

Nos EUA, o titular do banco central do país afirmou que ainda não está claro se os juros estão altos o suficiente para controlar a inflação e que a autoridade monetária está preparada para elevar mais a taxa se apropriado. Mas ressaltou que o Fed procederá “com cuidado” ao decidir sobre novas altas.

Na visão do economista-sênior do Inter, André Cordeiro, o discurso de Powell veio mais duro até mesmo que as últimas comunicações do Comitê de Política Monetária (Fomc) do Fed, o que é ilustrado pela afirmação de que o banco central dos EUA irá continuar a subir o juro até ter a certeza de que o trabalho está pronto.

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Ele acrescentou que Powell elencou diversos motivos que podem levar a novos aumentos dos juros, como o mercado de trabalho e os gastos com consumo, mas ponderou que há o risco de apertar demais e o de fazer de menos, e por isso reforçou a necessidade de ser “data dependent” e agir de maneira gradual.

“Portanto, os próximos passos ainda estão em aberto”, afirmou, reiterando projeção de que o Fomc irá pular a reunião de setembro e realizar uma nova alta na reunião de novembro.

Também o economista-chefe da Kínitro, Sávio Barbosa, avaliou que Powell sinalizou que a porta para novas altas está aberta, evidenciando quais são seus principais pontos de atenção, mas também que os próximos passos da política monetária precisam ser dados com cuidado e que serão dependentes dos dados.

Barbosa ainda chamou a atenção para a sinalização do titular do BC norte-americano de que o processo de desinflação deve demandar tempo e que a taxa de juros ficará em nível restritivo até a inflação moderar. “Ou seja, sinalizou juros altos por mais tempo”, afirmou.

Wall Street mostrou volatilidade após a fala de Powell, mas fechou no azul, com o S&P 500 avançando 0,67%, o que ajudou a tirar o Ibovespa das mínimas do pregão.

As negociações na B3 também foram afetadas pelo IPCA-15 de agosto, que subiu 0,28%, com a taxa em 12 meses voltando a passar de 4%, superando projeções no mercado e endossando discurso recente do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, de que a batalha contra inflação no Brasil não está ganha.

Economistas do Bradesco consideraram o resultado misto, destacando como uma “parte benigna” a continuidade da desaceleração de serviços e destacando que a surpresa para cima é explicada em grande parte por itens voláteis. Mas ressaltaram que essa surpresa gera revisões altistas para o curto prazo.

Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) encerrou com decréscimo de 1,58%, a 26,86 reais, enquanto Bradesco (BBDC4) desvalorizou-se 1,26%, a 14,83 reais, entre as maiores pressões de baixa.

Petrobras (PETR4) recuou 0,68%, a 31,97 reais, após renovar máximas históricas durante a semana, em movimento descolado do aumento dos preços do petróleo no mercado externo nesta sessão, quando o Brent fechou em alta de 1,34%, a 84,48 dólares o barril.

GPA (PCAR3) caiu 7,23%, a 5,9 reais, ainda sofrendo com ajustes relacionados à cisão de participação do grupo de varejo alimentar no colombiano Éxito, por meio de uma redução de capital.

O BTG Pactual também cortou a recomendação para a ação para “neutra”, com preço-alvo de 7 reais para o final de 2024.

CVC Brasil (CVCB3) fechou em baixa de 6,58%, a 2,27 reais, renovando mínima história intradia a 2,27 reais no pior momento.

Locaweb (LSAW3) recuou 5,29%, a 6,8 reais, no segundo dia de correção, após um desempenho mais positivo no começo da semana, com alta de quase 10% entre a segunda-feira e a quarta-feira.

Na última sexta-feira, o papel tocou uma mínima intradia desde maio, a 6,40 reas, embora tenha fechado a 6,73 reais.

Vale (VALE3) cedeu 0,21%, a 62,07 reais, sucumbindo à pressão vendedora na bolsa apesar da alta dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia, apoiada em medidas de suporte à recuperação econômica da China e no otimismo com as perspectivas de demanda no curto prazo.

São Martinho (SMTO3) avançou 4,02%, a 36,5 reais. O Bradesco BBI elevou a recomendação da ação para “compra”, citando visão otimista sobre os preços do açúcar apoiada na alta probabilidade de um forte El Niño ocorrer ao longo do quatro trimestre de 2023 e do primeiro trimestre de 2024.

Raízen (RAIZ4) ganhou 1,61%.

Weg (WEGE3) fechou em alta de 1,06%, a 36,36 reais, tendo como pano de fundo anúncio pela fabricante de motores elétricos e tintas industriais de investimento de 40 milhões de dólares na compra de novo terreno no México, país no qual está presente desde 2000.

Tenda (TEND3), que não está no Ibovespa, caiu 4,02%, a 14,32 reais, após a construtora informar que fez pedido para oferta subsequente de até 18,75 milhões de ações, uma operação da ordem de 280 milhões considerando o preço de fechamento do papel na véspera.

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