O investidor passa por alguns momentos decisivos que hoje podem representar e fundamentar o sucesso financeiro dos próximos meses. É bem verdade que não está claro, no cenário econômico atual, se as turbulências acabarão rapidamente. Aliás, se existe alguma perspectiva, é a de que nos próximos meses a instabilidade continue fazendo parte do nosso cotidiano.
Tudo bem, mas isso não significa que não existam boas escolhas para nosso futuro. Uma das grandes interrogações que espera uma resposta convincente é a que cerca o futuro de nossa maior blue chip, a Petrobras. Evidentemente, muitos leitores começaram a investir nela nos últimos meses e não tiveram resultados atraentes.
Se este é o seu caso, posso imaginar a decepção em seu olhar. Calma, não se desespere e, por favor, continue lendo o artigo. Para você que, ao contrário, já é um investidor há algum tempo, ficam mais nítidos os bons resultados que os papéis da companhia (PETR4 e PETR3) apresentaram, inclusive no médio prazo, não é?
A queda nos preços das ações da Petrobras pode ser uma oportunidade valiosa, que há muito tempo não aparecia. Por que?
- Porque a empresa possui bons fundamentos, o que, por exemplo, não explica a queda tão expressiva. A crise internacional, a oscilação do preço do petróleo e algumas variáveis macroeconômicas prejudicam, mas a empresa continua muito sólida;
- A companhia tem a perspectiva de dobrar a produção dentro de 2 ou 3 anos;
- Cada vez mais assistimos à divulgação de novas descobertas de campos, que incrementarão a produção. Na semana passada foi informada a descoberta de uma nova jazida, batizada com o nome Iara, em área a ser explorada que faz parte do mesmo bloco em que está localizada a reserva de Tupi.
Tudo bem, nem tudo são flores. É verdade que os anúncios geralmente são considerados precipitados pelo mercado, afinal mais testes são necessários para avaliar a real capacidade e viabilidade comercial do novo campo. Entretanto, é consenso que existe um grande futuro para a empresa no cenário de exploração nacional e comercialização mundial.
Conforme observamos no artigo “Carteiras e Ações Recomendadas – Agosto 2008”, recém publicado pelo Navarro, quase todas as corretoras já fazem recomendações de compra dos papéis da Petrobras. Algumas estimam o potencial de ganho para 2008 de forma muito animadora:
- Àgora – PETR4 a R$ 66,00 (upside de 94,9%)
- Banif – PETR4 a R$ 60,50 (upside de 78,6%)
- Citibank – PETR3 a R$ 68,00 (upside de 64,6%)
- Unibanco – PETR4 a R$ 52,50 (upside de 55,00%)
Repare, por exemplo, nas observações encaminhadas pela equipe de renda variável do Unibanco aos seus clientes e potenciais investidores:
As perspectivas de novas descobertas permanecem fortes e informações sobre volume e qualidade do petróleo nos campos já anunciados devem ser divulgadas em breve. Adicionalmente, a empresa deverá anunciar em setembro seu novo plano de investimentos para os próximos anos, incluindo as perspectivas para o pré-sal.
Além disso, a empresa deverá reportar bons resultados do 2º trimestre no próximo dia 11 de agosto, para o qual esperamos um novo e mais alto nível de lucratividade, sustentado pelos reajustes nos preços dos derivados, aplicados em maio, e pelo patamar recorde dos preços do petróleo verificados no trimestre.
Então, como explicar?
As atuais derrocadas são reflexo de uma forte correção no preço do petróleo. A idéia principal é de que o preço do barril se estabilize, sendo que a partir de agora os fundamentos das empresas passem a ter peso maior nas sinalizações de valorização. Se realmente isso ocorrer, a Petrobras será a vedete do ramo, dada sua dimensão e o papel na economia de um dos países com maior potencial de crescimento.
Ah, o mercado de ações…
Lembre-se que o mercado de capitais não é como um cassino, onde a sorte dita geralmente dita as regras. Aqui, o mais importante é o planejamento. No longo prazo, investir em renda variável através de empresas sólidas e com bons fundamentos é sempre um bom negócio.
Assim, se a sua idéia é planejar uma boa aposentadoria, comprar algum bem ou criar um bom um futuro, invista em ações. Claro, com bom senso, informação de qualidade e atitudes responsáveis. Bons negócios e bom final de semana.
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Ricardo Pereira é consultor financeiro, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.
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