O PIB do Brasil caminha para um crescimento de 3% em 2023 com uma combinação de melhor confiança do consumidor e níveis mais altos de emprego, avalia o Bank of America em um relatório enviado a clientes nesta segunda-feira (28).
A projeção foi revisada de 2,3% e está acima da expectativa consensual do mercado, medida pelo relatório Focus, que é de 2,31%. Para 2024, a estimativa também subiu, de 1,8% para 2,2%.
Mudanças nas projeções do PIB pelo Bank of America
O time de economistas liderado por David Beker ressalta uma diferença na “taxa de participação” do mercado de trabalho no segundo trimestre de 2023, que é a força de trabalho (ocupados mais desocupados) como proporção da população em idade de trabalhar (PIA), que no Brasil inclui aqueles com 14 anos ou mais.
Ele ressalta que o desemprego tem caído com a observação de uma taxa de participação similar àquela antes da pandemia, ou seja, da mesma massa de trabalhadores, o que teria mudado no segundo trimestre.
“A melhora no período abril-junho foi motivada pelo aumento da população ocupada, que antes estava fora da população ativa, porém em idade ativa. Isto significa que não só os níveis de emprego melhoraram, como também o fizeram sem pressionar a massa salarial real – um sonho para todos os tomadores de decisões”, explica.
É esperado também que o programa Desenrola reduza as taxas de inadimplência, ao mesmo tempo que pode diminuir os níveis de endividamento de níveis recordes. “Esta combinação está na origem da melhoria significativa da confiança dos consumidores e apoia um cenário positivo para as famílias no futuro”, destaca.
Sentimento global
O BofA também nota que os níveis de confiança globais têm apresentado uma tendência ascendente nos últimos meses, influenciados por uma diminuição da incerteza relativamente às contas orçamentais e ao enquadramento da política monetária.
“A melhoria do sentimento deverá impulsionar o consumo no próximo ano (parcialmente compensada por importações maiores)”, relata o banco.
Olhando para o futuro, à medida que o ciclo de flexibilização dos juros por parte do Banco Central avança, o voto de confiança das agências de classificação na melhoria da pontuação de crédito do Brasil e a próxima emissão de títulos verdes pelo governo, são motores positivos do crescimento do investimento no médio prazo.
