A Microsoft (MSFT) informou nesta quinta-feira que irá separar seu aplicativo de bate-papo e vídeo Teams de seu produto Office e tornar mais fácil para produtos concorrentes trabalharem com seu software, mas os rivais disseram que pode ser necessário fazer mais para evitar uma possível multa antitruste da União Europeia.
As mudanças propostas vieram um mês depois que a Comissão Europeia lançou uma investigação sobre a vinculação do Office e do Teams pela Microsoft, após uma reclamação do aplicativo de mensagens de espaço de trabalho concorrente Slack, de propriedade da Salesforce, em 2020.
As medidas da Microsoft anunciadas nesta quinta-feira foram semelhantes a concessões preliminares que não conseguiram resolver as preocupações regulatórias. O órgão de fiscalização da concorrência da União Europeia disse que tomou nota do anúncio da empresa e não quis fazer mais comentários.
A Comissão poderá acusar formalmente a empresa, a menos que ela reforçasse sua oferta, disseram à Reuters no mês passado pessoas familiarizadas com o assunto. As mudanças, em vigor a partir de 1º de outubro, serão aplicadas na União Europeia e na Suíça.
Os principais clientes corporativos da Microsoft, que representam a maioria dos negócios comerciais da empresa na Europa, poderão mudar para a versão do Office que exclui o Teams a um preço 2 euros por mês mais barato do que com a versão com o aplicativo. Os novos clientes corporativos poderão comprar o Teams de forma autônoma e separada por 5 euros por mês.
Novos recursos de suporte serão introduzidos para ajudar clientes e fornecedores independentes de software que queiram remover dados do Teams e usá-los em outro produto.
A Microsoft também desenvolverá um novo método para hospedar os aplicativos da Web do Office em aplicações e serviços concorrentes, semelhante ao que faz com o Teams.
Os rivais dizem que a oferta da Microsoft, tal como está, dificilmente conquistará o órgão de controle antitruste da União Europeia.
As apostas são altas para a gigante da tecnologia dos Estados Unidos, que acumulou 2,2 bilhões de euros em multas antitruste do bloco na década anterior por vincular ou agrupar dois ou mais produtos, mas que desde então tem buscado uma abordagem mais conciliatória com os reguladores.