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Ibovespa fecha em queda sem trégua em receios fiscais e com exterior desfavorável

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,33 %, a 117.387,86 pontos., de acordo com dados preliminares

por Reuters
3 min leitura

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta terça-feira, com a persistente desconfiança sobre a capacidade de o governo federal de atingir suas metas fiscais pressionando negativamente, embora o avanço das ações da Petrobras (PETR4), na esteira da alta do petróleo no mercado externo, tenha atuado como um contrapeso positivo.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,38%, a 117.331,3 pontos. No pior momento, chegou a 116.637,02 pontos. Na máxima da sessão, marcou 117.956,71 pontos, flertando com o território positivo.

O volume financeiro no pregão somou 21,6 bilhões de reais.

De acordo com a equipe da Mirae Asset, o “drama fiscal” segue no radar de investidores do mercado brasileiro. “A conta não fecha sobre o ajuste fiscal do governo apenas pelas receitas. E isso só tem gerado críticas”, afirmaram. “Poucos acreditam ser possível (o déficit) ser ‘zerado’.”

Apresentado na semana passada, o Orçamento de 2024 prevê um superávit primário de 2,8 bilhões de reais no ano que vem, saldo que conta com receitas de 168,5 bilhões de reais de novas ações arrecadatórias propostas nos últimos meses, incluindo medidas ainda não aprovadas.

Na visão de Tiago Cunha, sócio e gestor de ações da Ace Capital, as dúvidas sobre a capacidade de o governo de alcançar um déficit primário zero no próximo ano têm pressionado os mercados, elevando as taxas futuras de juros, o que acaba contaminando a bolsa paulista.

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Ele ainda ressaltou que o atraso em movimentos como a reforma ministerial também preocupa, uma vez que podem afetar o andamento de outras pautas do governo, incluindo a econômica.

No exterior, Wall Street terminou com o S&P 500 em baixa de 0,42%, em meio ao avanço dos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano, enquanto agentes financeiros permanecem na expectativa dos próximos passos do banco central dos Estados Unidos, que tem decisão de juros neste mês.

Destaques

Bradesco (BBDC4) caiu 2,15%, a 14,58 reais, e Itaú Unibanco (ITUB4) recuou 1,5%, a 26,99 reais, conforme o setor permanece pressionado por dúvidas sobre medidas visando melhora do quadro fiscal do país com potencial efeito negativo nos resultados de bancos.

Ainda no setor financeiro, também pesou negativamente o desempenho de B3 (B3SA3), que fechou em baixa de 2,22%.

Petrobras (PETR4) avançou 3,34%, a 33,37 reais, renovando máximas históricas, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior, com Prio (PRIO3) fechando com elevação de 1,89% e 3R Petroleum (RRRP3) valorizando-se 1,13%.

Prio também divulgou na véspera dados operacionais de agosto. Na contramão, Petrorecôncavo (RECV3), que acaba de entrar no Ibovespa, caiu 5,49%, pressionada pela decisão da Petrobras de encerrar os processos de desinvestimentos do Polo Urucu, Polo Bahia Terra, Campo de Manati e da Petrobras Operaciones, sua subsidiária na Argentina.

Um consórcio formado pela PetroRecôncavo e pela Eneva negociavam com a estatal anteriormente a compra do Polo Bahia Terra.

Vale (VALE3) cedeu 0,43%, a 69,1 reais, conforme os futuros do minério de ferro recuaram na China, com o contrato mais negociado na Bolsa de Commodities de Dalian, na China, encerrando as negociações do dia com queda de 0,6%.

Na Bolsa de Cingapura, porém, o vencimento mais negociado subiu 0,7%.

Gol (GOOL4) fechou em baixa de 4,7%, a 6,89 reais, e Azul (AZUL4) encerrou com declínio de 4,86%, a 14,09 reais, em sessão marcada por alta do dólar frente ao real e avanço dos preços do petróleo no mercado externo.

Ainda no setor de viagens, CVC Brasil (CVCB3) perdeu 5,81%.

Via (VIIA3) recuou 7,14%, a 1,17 real, após anunciar oferta primária subsequente de ações com bônus de subscrição, na qual espera levantar cerca de 1 bilhão de reais que serão usados para melhoraria da estrutura de capital da empresa. A precificação está prevista para 13 de setembro.

No setor, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 3,24%.

Ambev (ABEV3) subiu 1,08%, a 14,01 reais, também fornecendo um contrapeso positivo. Analistas do JPMorgan chamaram a atenção para dados de produção de cerveja divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, com alta de 0,2% em julho ano a ano, que eles ressaltaram ser o primeiro aumento desde março.

Eles também chamaram a atenção para o fato de que a temperatura média em agosto nas cidades brasileiras foi 2,0ºC acima do registrado no mesmo período de 2022, o que avaliam como benigno para o consumo de cerveja e marginalmente positivo para Ambev.

Tenda (TEND3), que não está no Ibovespa, cedeu 1,96%, a 12,48 reais, após a construtora precificar na noite da véspera seu follow-on a 12,50 reais por ação, levantando 234 milhões de reais em oferta pública primária de ações.

O índice do setor imobiliário na B3, que também inclui empresas de shopping centers, terminou o pregão com queda de 1,11%.

Mobly (MBLY3) saltou 11,03%, a 4,33 reais, tendo no radar expectativas de fusão da empresa de móveis e decoração com a rival Tok&Stok.

De acordo com reportagem da coluna Pipeline do jornal Valor Econômico na segunda-feira, os controladores de ambas, a home24 e o fundo de private equity Carlyle, respectivamente, acertaram os termos do acordo para uma fusão das companhias a ser feita por meio de troca de ações.

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