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Ibovespa fecha em queda antes de feriado de olho nos EUA e na cena fiscal

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,06%, a 116.085,26 pontos

por Reuters
3 min leitura
(Imagem: Reprodução/REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) fechou em queda nesta quarta-feira, conforme prevaleceu a cautela antes do feriado no país, em meio a preocupações com a política monetária norte-americana e desconforto com as perspectivas fiscais no Brasil.

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Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,15%, a 115.985,34 pontos. Na máxima do dia, chegou a 117.970,71 pontos. No pior momento, a 115.983,53 pontos. O volume financeiro somou 20,5 bilhões de reais.

Na quinta-feira, a B3 estará fechada em razão do Dia da Independência. Mas as praças acionárias externas funcionam normalmente, assim como a negociação dos ADRs de várias empresas brasileiras em Nova York.

De acordo com o analista da Terra Investimentos Luis Novaes, a ausência de pregão na quinta-feira corroborou o viés mais vendedor determinado pela perspectiva negativa quanto à trajetória dos juros básicos nos Estados Unidos.

Ele acrescentou que recentes dados de atividade econômica nos EUA e falas de dirigentes do Federal Reserve favorecem a tese de que o aperto monetário deverá ser mantido por mais tempo que o anteriormente previsto e que ainda há chance de mais uma alta nos juros.

“Esse cenário é negativo para os ativos de risco, ainda mais considerando o risco de país emergente do Brasil e o feriado local no dia seguinte”, afirmou.

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Em Wall Street, o S&P 500 fechou em baixa de 0,7%.

No Brasil, conforme destacou a corretora Commcor, “é notório que existe um compreensível desconforto de investidores com a capacidade de o governo entregar as metas do novo marco fiscal, com destaque ao déficit zerado em 2024”.

Em relatório a clientes, a corretora afirmou que isso “penaliza” a disposição do investidor considerando o risco de novas manobras do governo quanto à arrecadação, uma vez que, para a Commcor, o aumento de receita no novo marco fiscal não se sustenta.

Fontes do Ministério da Fazenda afirmaram à Reuters que a corrida para ampliar a arrecadação tem gerado incômodo em parte dos técnicos da pasta, sob o argumento de que o plano inclui antecipação de medidas que ainda não estavam maduras.

Além disso, apesar de a economia brasileira fechar o primeiro semestre do ano com um desempenho consideravelmente mais forte do que o inicialmente previsto, as receitas públicas caíram no período.

Na visão de economistas e integrantes do governo ouvidos pela Reuters, esse descasamento turva o cenário prospectivo para a arrecadação, cujo planejado aumento é um elemento crucial para zerar o déficit primário no ano que vem.

Destaques

Itaú Unibanco (ITUB4) fechou com decréscimo de 0,96%, a 26,73 reais, e Bradesco (BBDC4) cedeu 1,37%, a 14,38reais, tendo no radar a aprovação pela Câmara dos Deputados do projeto de lei que estabelece limites para as taxas de juros cobradas no crédito rotativo dos cartões.

O setor também permanece pressionado pelo potencial efeito de medidas visando aumentar as receitas do governo federal.

Vale (VALE3) caiu 1,59%, a 68 reais, em um dia no qual os futuros do minério de ferro fecharam com alta modesta na China. O contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com variação positiva de 0,1%.

A companhia também divulgou que assinou com a produtora de aço H2 Green Steel um acordo para estudar em conjunto o desenvolvimento de hubs industriais no Brasil e na América do Norte, com foco na siderurgia de baixo carbono.

Petrobras (PETR4) avançou 0,45%, a 33,52 reais, embora distante do melhor momento do dia quando renovou máxima histórica. No exterior, o petróleo Brent terminou o dia em alta de 0,62%, a 90,60 dólares o barril.

Braskem (BRKM5) subiu 5,39%, a 23,85 reais, tendo como pano de fundo notícia de que petroquímica pode emitir títulos de dívida no exterior com vencimento em 7 anos.

De acordo com o IFR, serviço da LSEG, Braskem nomeou os bancos Citigroup, Credit Agricole CIB, Itaú BBA, Morgan Stanley, Santander, SMBC Nikko, ING e Mizuho para organizar uma série de conversas com investidores de renda fixa de olho em uma potencial emissão.

Yduqs (YDUQ3) avançou 2,32%, a 20,33 reais, e Cogna (COGN3) fechou com elevação de 1,4%, a 2,9 reais, em meio a ajustes após fortes perdas no começo da semana, quando Yduqs acumulou declínio de quase 6% e Cogna perdeu cerca de 5%.

Vamos (VAMO3) caiu 7,1%, a 10,73 reais, com as negociações da estreante do Ibovespa neste quadrimestre tendo como pano de fundo relatório do JPMorgan cortando a recomendação dos papéis da empresa de locação de caminhões para “neutra” e reduzindo o preço-alvo de 19,50 reais para 18 reais.

CVC Brasil (CVCB3) cedeu 4,94%, a 2,31 reais, devolvendo boa parte do ganho recente na esteira de expectativas favoráveis para a companhia após o pedido de recuperação judicial da plataforma de viagens 123 milhas, aprovado pela Justiça de Minas Gerais na semana passada.

Infracommerce (IFCM3), que não está no Ibovespa, recuou 10,81%, a 1,65 real, após afirmar que pretende realizar uma oferta primária subsequente de 150 milhões de novas ações, algo em torno de 277,5 milhões de reais considerando o preço de fechamento dos papéis na véspera.

Mobly (MBLY3) desabou 13,63%, a 3,74 reais, mais do que devolvendo a alta da véspera, quando disparou 11% após notícia de que negociava fusão com a TokStok.

No começo da noite, a Mobly afirmou que mantém conversas com a Tok&Stok, mas que não há qualquer acordo ou proposta vinculante.

Também afirmou que sua controladora, a home24, não tem planos de realizar oferta pública de aquisição de ações (OPA) destinada aos acionistas da Mobly.

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