O Ibovespa (IBOV) avançava nesta terça-feira, mirando os 118 mil pontos, em meio à alta de commodities como minério de ferro e petróleo no exterior, enquanto, no Brasil, o IPCA acelerou em agosto, mas menos do que estimavam economistas.
Às 11h02, o Ibovespa subia 0,79%, a 117.805,94 pontos, em véspera de vencimento de opções sobre o índice. O volume financeiro somava 2,85 bilhões de reais.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,23% em agosto, depois de alta de 0,12% em julho, resultado um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters, de avanço de 0,28%.
Em 12 meses até agosto, o IPCA acumulou alta de 4,61%, de 3,99% em julho, contra projeção de 4,67%.
De acordo com o chefe de pesquisa macroeconômica da Kínitro Capital, João Savignon, o IPCA mostrou aceleração na margem, mas com número menor que o esperado e concentrado na volta dos preços administrados.
Savignon também citou a abertura ainda benigna de Serviços e dos núcleos, bem como o movimento de Alimentos, que seguem com uma dinâmica bem favorável e que deve se manter em setembro, assim como de Bens industriais, que seguem com perspectiva favorável.
“As aberturas do dado de hoje reforçam a dinâmica positiva recente da inflação no país e o plano de voo do Banco Central no ciclo de cortes de juros”, avalia Savignon.
No exterior, Wall Street tinha uma sessão negativa refletindo certa cautela de agentes financeiros antes de dados de preços nos Estados Unidos nesta semana, em particular o índice de preços ao consumidor na quarta-feira. O S&P 500 recuava 0,23%.
Para o superintendente research para pessoas físicas da Ágora investimentos, José Cataldo, após um início de semana positivo, a falta de notícias relevantes e indicadores de peso no exterior sugere realização dos lucros recentes.
“Investidores aguardam a divulgação da inflação norte-americana antes de reforçarem apostas sobre o fim do processo de aperto monetário na maior economia do mundo e, por consequência, aumentar as parcelas de risco em seus portfólios”, citou.
Destaques
Vale (VALE3) tinha elevação de 0,24%, a 67,83 reais. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou o dia com alta de 1,96%.
Petrobras (PETR4) subia 1,05%, a 33,72 reais, enquanto no exterior o barril de petróleo Brent era negociado em alta de 1,47%, a 91,97 dólares. No setor, Prio (PRIO3) avançava 1,72% e 3R Petroleum (RRRP3) tinha alta de 1,45%.
Itaú (ITUB4) cedia 0,4%, a 27,56 reais, e Bradesco (BBDC4) mostrava acréscimo de 0,89%, a 14,78 reais.
Hapvida (HAPV3) avançava 3,83%, a 4,61 reais, tendo como pano de fundo relatório do Itaú BBA afirmando que a ação é a sua preferida no setor de saúde. Os analistas reiteraram recomendação “outperform” para as ações e elevaram o preço-alvo de 6 para 7 reais.
CIELO (CIEL3) caía 1,36%, a 3,63 reais, chegando a uma mínima intradia desde julho do ano passado, a 3,61 reais. A Cielo divulgou mais cedo sua pesquisa realizada com clientes mostrando queda de 1,9% nas vendas no varejo em agosto sobre o mesmo mês do ano passado, excluindo efeitos da inflação.
Assaí (ASAI3) subia 2,62%, a 12,54 reais, buscando recuperar parte das perdas após três pregões seguidos de baixa, período em que acumulou um declínio de mais de 4%.
PETZ (PETZ3) valorizava-se 6,88%, a 5,9 reais, com o setor de varejo e consumo como um todo beneficiado pela queda das taxas futuras de juros após IPCA abaixo das previsões. No mês passado, Petz acumulou uma queda de quase 22%.