O Fundo Monetário Internacional disse nesta quarta-feira que a dívida global como proporção da produção econômica caiu significativamente em 2022 pelo segundo ano consecutivo, mas que o declínio pode estar terminando à medida que a alta do crescimento pós-Covid perde força.
O FMI disse em uma atualização de seu relatório sobre a dívida global que a relação entre a dívida total do mundo e o PIB caiu no ano passado para 238%, de 248% em 2021 e 258% em 2020.
Mas o declínio nos últimos dois anos, impulsionado pelo forte crescimento e pela inflação mais forte do que o esperado, recuperou apenas cerca de dois terços do aumento da dívida global induzido pela Covid.
A China desempenhou um papel central no aumento da dívida global nas últimas décadas uma vez que os empréstimos ultrapassaram o crescimento econômico, e seu fardo da dívida desafiou a tendência de moderação ao crescer para 272% do PIB em 2022, de 265% em 2021.
Esses níveis são semelhantes aos dos Estados Unidos, que viram sua relação dívida total/PIB cair para 274% em 2022, de 284% em 2021, de acordo com o relatório do FMI.
O mundo está em uma “montanha-russa” de dívida há três anos, mas é provável que ela aumente novamente no médio prazo, e o FMI pediu aos governos que adotem estratégias para ajudar a reduzir as vulnerabilidades da dívida – tanto na dívida pública, quanto na dívida das famílias e corporativa não financeira.
“A recuperação do crescimento real do PIB está desaparecendo. A projeção é que a inflação se estabilize em um nível baixo no médio prazo”, disse o FMI.
“Se a dívida global retomar sua tendência de alta daqui para frente, a montanha-russa da dívida desde a pandemia parecerá nada mais do que um desvio temporário em torno de sua tendência de alta de longo prazo.”