Quem já não brincou de roda quando era criança? Quem brincou e gostou sabe que esta brincadeira faz parte dos momentos únicos que ficam em nossa memória e, sempre que nos lembramos, nos faz um bem danado.
É sempre bom manter estas lembranças e acalentar a criança que existe em nós. Afinal, crescemos rápido e, quando nos damos conta, já estamos em uma roda viva que, ao contrário da brincadeira infantil, tem muitas facetas e exige grande maturidade.
Mas, o que vem a ser uma roda da vida?
Neste artigo, vamos utilizar um demonstrativo clássico que mostra as áreas de nossa vida representadas em um círculo, dividido em dez áreas: Família, Emocional, Espiritual, Intelectual, Profissional, Financeiro & Dinheiro, Lazer, Saúde & Condição Física, Relacionamento & Amigos e Romance & Relação Íntima. Veja um exemplo abaixo:
Fazendo uma conexão com a brincadeira de roda, na qual cada um dos componentes tinha a sua função para que todos se divertissem, podemos dizer que nossa vida é saudável quanto mais equilíbrio houver em cada uma das áreas, o que resultará na harmonia sistêmica de todas elas.
O autodiagnostico
Podemos escolher uma cor para cada área e do centro do desenho para sua extremidade, vamos colorindo os espaços entre as linhas tracejadas, até chegar à linha contínua, atribuindo a cada uma delas um valor de 1 a 9, por exemplo.
Se não temos feito passeios com a namorada, amigos ou familiares para nos distrair e relaxar, na área de “Lazer” podemos colorir até a linha tracejada de número 5. Se estamos sem disposição para as atividades físicas, ganhando alguns quilinhos e sedentários, na área de “Saúde & Condição Física” podemos nos dar um 3, colorindo até as linhas tracejadas com a cor que escolhermos para identificar esta área, do centro para a extremidade até a linha 3.
Deu pra entender? Continue com o mesmo raciocínio para todas as áreas. Ao final, nossa Roda da Vida representará nosso equilíbrio (ou ausência dele), naquele momento. Poderia ficar algo assim:
As realizações de cada uma destas áreas pode demandar um recurso financeiro. Por exemplo, se um casal tem como objetivo proporcionar uma boa formação para seus filhos, terá que trabalhar bastante para poder bancar a mensalidade da escola onde o ensino é de melhor qualidade.
Mas não é só isto. A família deverá fazer um esforço para provê-los de uma alimentação saudável, suporte para exercícios físicos, que pode incluir natação, judô, atletismo, iniciação musical, um segundo idioma, aula de dança, teatro, viagens, intercâmbios e etc. Enfim, uma série de providências para que o objetivo inicial – oferecer o melhor acesso a cada um dos itens que compõem a Roda da Vida – seja atingido.
Todas as áreas estão relacionadas
Por qualquer um dos prismas avaliados e com um plano de ação é fácil percebermos que uma meta na área intelectual dos filhos acaba por influenciar diversas outras áreas da vida deles, e das nossas. As áreas são, portanto, interdependentes. Tanto para o bem como para o mal.
Se não estamos bem em uma das áreas, podemos desequilibrar uma outra ou, no pior cenário, todas. É muito comum, por exemplo, nos depararmos com quadros de dificuldade financeira (baixo ou alto endividamento, dependendo do caso) sem saber o que fazer. Este desequilíbrio na área financeira não nos deixa tranquilos em nenhum quadrante de nossas vidas.
Para dizer o mínimo, não conseguimos desfrutar de momentos de lazer e nossa relação com a família fica comprometida. Isso sem falar nas outras situações, extremamente constrangedoras, a que nós nos expomos em casos assim.
A nossa vida profissional, por exemplo, pode ficar tensa, improdutiva. Passamos a evitar nossos amigos e a vida vai virando uma bola de neve. Tudo fica complicado: nossa saúde emocional, psicológica e espiritual. Passamos a expressar a somatização, acabando por ficarmos com problemas orgânicos: nosso próprio corpo físico adoece.
O mais dramático é que muita gente está nesta situação e vê a vida inteira passar desta forma sem viver, um “aninho” sequer, com tranquilidade e prazer em fazer qualquer coisa. Este é um fenômeno mais comum do que podemos imaginar.
No caso do desafio na área financeira, trata-se, principalmente, de um efeito que não é, necessariamente, a causa raiz. Todas estas coisas que fazemos de maneira desequilibrada podem começar com outras compulsões, como comer exageradamente, jogar sem parar e amar desesperadamente.
A importância de olhar com carinho para você mesmo
Isso tudo nos faz lembrar, mais uma vez, da nossa brincadeira de roda, quando havia desequilíbrio de alguém que puxava ou corria mais forte ou empacava e fazia com que tudo travasse ou alguém saísse machucado. Dada as devidas proporções, tudo depende das ações que são tomadas sem medir as consequências e o estado presente de cada item ou área de nossa vida.
Então, para começar, que tal reservarmos um tempo só para nós e, como uma criança, pegar a nossa roda da vida e avaliarmos as forças e fraquezas de cada uma das áreas e, para cada uma delas, olharmos de forma amorosa e construirmos um plano de curto, médio e longo prazo? Boa sorte!
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