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China chama investigação da UE de “protecionista”; setor automobilístico alemão está cauteloso

A indústria automobilística alemã, consciente de que uma guerra comercial poderia afetar seus negócios na China, foi mais cautelosa

por Reuters
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A investigação, que pode resultar em tarifas punitivas, provocou alertas de analistas sobre ações retaliatórias de Pequim (Imagem: Reprodução/Freepik/@azerbaijan_stockers)

A China criticou nesta quinta-feira o lançamento de uma investigação pela Comissão Europeia sobre os subsídios do governo chinês para veículos elétricos como protecionista e advertiu que isso prejudicaria as relações econômicas, uma preocupação compartilhada pela indústria automobilística da Alemanha.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou a investigação na quarta-feira, acusando a China de inundar os mercados globais com carros elétricos que tinham preços artificialmente baixos devido aos enormes subsídios estatais.

A investigação, que pode resultar em tarifas punitivas, provocou alertas de analistas sobre ações retaliatórias de Pequim e reclamações de executivos da indústria chinesa que afirmam que a vantagem competitiva do setor não se deve aos subsídios.

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A investigação “é um ato protecionista descarado que perturbará e distorcerá seriamente a indústria automotiva global e a cadeia de suprimentos, incluindo a UE, e terá um impacto negativo sobre as relações econômicas e comerciais entre a China e a UE”, afirmou o Ministério do Comércio da China em um comunicado.

“A China prestará muita atenção às tendências protecionistas da UE e às ações de acompanhamento, e protegerá firmemente os direitos e interesses legítimos das empresas chinesas”, acrescentou.

Os analistas do Eurasian Group alertaram que, caso Bruxelas aplique taxas contra os veículos elétricos chineses subsidiados, Pequim provavelmente imporá contramedidas para prejudicar as indústrias europeias.

A imposição de tarifas pela UE dependerá do grau de unidade dentro da União Europeia. Há uma década, a Alemanha, receosa de retaliações, se opôs a tarifas sobre importações de painéis solares chineses, abrindo caminho para um acordo com Pequim.

O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, disse na quarta-feira que saudou a ação da UE.

A indústria automobilística alemã, consciente de que uma guerra comercial poderia afetar seus negócios na China, foi mais cautelosa.

A Mercedes Benz afirmou que as medidas protecionistas são contraproducentes e a Bosch, a maior fornecedora automotiva do mundo, disse que uma corrida por tarifas punitivas e barreiras comerciais só traria perdedores.

“As distorções chinesas da concorrência são um problema específico que a Europa deve enfrentar, mas, se possível, não com subsídios excessivos ou novas tarifas punitivas ao final de um longo processo”, disse Volker Treier, chefe de comércio da Câmara Alemã de Comércio e Indústria (DIHK).

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