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O fator confiança e sua relação com os custos

por Alex Arcanjo
3 min leitura

O fator confiança e sua relação com os custosExiste alguma relação direta entre a confiança e os recursos financeiros? O que você faz para saber se uma pessoa é confiável ou não? Você olha nos olhos? Faz uma leitura corporal? Pesquisa a reputação? Verifica se ele é honesto?

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A priori, podemos rever a definição de confiança como caráter + competência. O dicionário descreve caráter como firmeza de vontade, portanto, ter um bom caráter poderia ser descrito como “firmeza de vontade positiva”, aquela que não prejudica ninguém.

Cresci com o conceito de que se eu fosse honesto com meus semelhantes e tivesse um bom caráter, tudo estaria bem. Embora isso seja verdade, não podemos ignorar parte importante do ingrediente: a competência, que segundo o dicionário é a capacidade de realização, e não somente a intenção de realizar.

Eis um problema comum no mercado de trabalho: vez por outra encontramos um bom candidato para uma vaga na empresa, cujo caráter é indubitável, porém, sua trajetória de realizações coloca em cheque sua capacidade.

Observo esse comportamento principalmente entre recém-formados, que entram nas empresas com mais disposição de ensinar do que aprender, pois julgam a si mesmos pelas intenções (o que “podem” fazer) e os colegas de trabalho pelo comportamento (estes possuem anos de experiência e resultados comprovados).

Muitos desses jovens criam uma balança desigual. Num lado, sua autoconfiança adquirida na universidade; e, do outro lado, a competência dos colegas. Neste cenário, a balança sempre pende para quem tem boas intenções e bom caráter, o que costumar ser motivo de insatisfação para alguns.

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Por outro lado, por vezes encontramos um candidato cuja competência é elevada, o que se comprova pelos resultados significativos na carreira, porém, parte deste sucesso veio de forma duvidosa ou até maquiavélica. Sua competência é certa, mas o caráter duvidoso.

No que tange à contratação, Warren Buffett, megainvestidor e CEO da Berkshire Hathaway, uma vez disse: “Quando emprego pessoas, procuro três coisas. A primeira é integridade, a segunda é inteligência e a terceira é um alto nível de energia. Se não existir a primeira, as outras duas acabarão com você”.

A lição é simples: sem confiança, pode-se usar a inteligência e energia para ser muito competente, mas no sentido de fazer a coisa errada.

Certo, mas qual a relação entre a confiança e os recursos financeiros? Uma analogia pode ajudar. Quando nos relacionamos e nosso comportamento inspira confiança, fazemos “depósitos” na conta bancaria emocional que temos com cada indivíduo, ao passo que, quando não cumprimos o que prometemos e geramos desconfiança, fazemos “retiradas” desta conta bancaria.

Quando o saldo é positivo entre os membros da equipe, a velocidade dos processos é alta e consequentemente os custos diminuem. Entretanto, quando a desconfiança é elevada, os processos são longos e burocráticos – e, consequentemente, os custos se elevam.

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O autor Steven M. R. Covey descreve um exemplo pessoal sobre os prejuízos da desconfiança em seu livro A Velocidade da Confiança”, acompanhe:“Antes do 11 de setembro, costumava chegar ao aeroporto aproximadamente meia hora antes da decolagem e passava rapidamente pelo controle de segurança. Mas, depois deste dia, procedimentos e sistemas mais potentes foram colocados nos postos em funcionamento visando aumentar a segurança e a confiança em voar. Os procedimentos tiveram o efeito desejado, mas por outro lado demoro mais para embarcar e me custa mais viajar”.

A desconfiança custa caro. Não se constrói confiança do dia para noite, mas para perdê-la bastam minutos. Podemos verificar essa verdade pela vida de Lance Armstrong, atleta do ciclismo americano que construiu uma carreira de títulos inigualáveis, mas que recentemente confessou fazer uso de doping. Creio que, mais do que ninguém, Lance está aprendendo que não se pode, apenas falando, escapar de um problema originado a partir de seu comportamento.

Para vocês, lideres de hoje e do futuro, reitero que liderança não é um cargo ou posição, mas uma escolha, um comportamento. Os verdadeiros líderes são capazes de obter resultados de forma a inspirar confiança – e esta, por sua vez, sempre produz os melhores resultados. Obrigado e até a próxima!

Foto de freedigitalphotos.net.

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