O presidente Luiz Inácio Lula da Silva chega no domingo a Nova York para participar da abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas e cumprir uma agenda extensa, em que o governo brasileiro trabalha com mais de 50 pedidos de encontros bilaterais, inclusive do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disseram fontes com conhecimento das tratativas.
O possível encontro com Zelensky – com quem Lula teve um desencontro durante a cúpula do G7, no Japão, em maio – ainda não foi confirmado, de acordo com duas fontes ouvidas pela Reuters. É preciso encaixar a agenda dos dois presidentes, que possuem diversas outras atividades durante a semana da Assembleia Geral.
Histórico
No G7, Zelensky havia pedido um encontro com Lula durante a reunião de cúpula do bloco em Hiroshima. O governo brasileiro ofereceu alguns horários, com a informação de que Lula desmarcaria algum compromisso ou adiaria outros para poder encontrar com o líder ucraniano.
No horário marcado, no entanto, Zelensky não apareceu, segundo a diplomacia brasileira. Depois, o presidente ucraniano disse que houve uma “incompatibilidade de agendas”.
Nova tentativa
Outro pedido foi feito pela Ucrânia para uma bilateral entre presidentes, agora em Nova York, mas nenhuma reunião foi confirmada até o momento.
Por enquanto, Lula só tem uma bilateral confirmada, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, na quarta-feira. Depois desse encontro, ambos anunciarão uma iniciativa conjunta sobre melhoria de condições de trabalho e geração de empregos.
O presidente chega a Nova York na noite de sábado, após passar por Cuba, onde participa do encontro do grupo G77 + China. Na noite de domingo, participará de um jantar organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp).
Na terça pela manhã, Lula faz o tradicional discurso de abertura da Assembleia Geral da ONU, uma posição que o Brasil ocupa por tradição desde a fundação das Nações Unidas. Essa será a 8ª vez que Lula falará na abertura da Assembleia. Em seus mandatos anteriores, só não o fez em 2010, durante a campanha para eleger sua sucessora, Dilma Rousseff.
Compromissos
A agenda completa do presidente em Nova York continua em construção, conforme a assessoria do Palácio do Planalto. Há previsão de encontros com empresários e debates sobre meio ambiente, além de bilaterais, mas há dificuldade de encaixe dos diversos eventos. Lula volta ao Brasil na manhã de quinta-feira.
Além de Lula, irão a Nova York o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas, além de ao menos seis senadores – incluindo os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e no Congresso, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e 16 deputados, entre eles o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
Na comitiva presidencial estão ainda o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que fará um lançamento simbólico dos títulos verdes do Tesouro Nacional em evento na Bolsa de Valores de Nova York e terá encontros com investidores.
Também estarão na cidade a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva; o ministro das Cidades, Jader Filho; o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira; e a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.