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Resistência de republicanos radicais deixa governo dos EUA mais perto da paralisação

por Reuters
3 min leitura
Presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Kevin McCarthy, fala com jornalistas no prédio do Congresso dos EUA em Washington

O governo federal dos Estados Unidos está a dois dias de uma paralisação parcial, nesta sexta-feira, depois que alguns republicanos radicais da Câmara dos Deputados dos EUA se recusaram a apoiar um projeto de lei bipartidário provisório de gastos destinado a dar aos parlamentares mais tempo para negociar um acordo para o ano inteiro.

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O Serviço de Parques Nacionais fechará, a Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários) suspenderá a maior parte de suas atividades regulatórias e centenas de milhares de funcionários federais serão dispensados a partir de domingo se o Congresso não aprovar um pacote de gastos que possa ser sancionado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, antes disso.

O presidente da Câmara dos Deputados, Kevin McCarthy, conseguiu aprovar três de quatro projetos de lei na quinta-feira que financiariam quatro agências federais. Os projetos de lei foram redigidos para atender às exigências da ala conservadora radical do Partido Republicano e não têm nenhuma chance de serem aprovados no Senado, controlado pelos democratas, embora, mesmo que se tornassem lei, não evitariam uma paralisação parcial porque não financiam todo o governo.

Os republicanos radicais disseram que não aceitarão um projeto de lei do Senado para financiar o governo até 17 de novembro, que avançou com amplo apoio bipartidário, incluindo o do principal republicano no Senado, Mitch McConnell.

A paralisação seria a quarta em uma década e ocorre apenas quatro meses depois que um impasse semelhante deixou o governo federal a poucos dias de não pagar sua dívida de mais de 31 trilhões de dólares. A repetição de brigas tem gerado preocupações em Wall Street, onde a Moody’s alertou que isso poderia prejudicar a nota de crédito do país.

Em junho, McCarthy e Biden fecharam um acordo que financiaria o governo com gastos discricionários de 1,59 trilhão de dólares no ano fiscal de 2024, mas os republicanos radicais da Câmara estão exigindo outros 120 bilhões de dólares em cortes, além de uma legislação mais rígida que interromperia o fluxo de imigrantes na fronteira sul dos EUA com o México.

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A disputa atual se concentra em uma fatia relativamente pequena do orçamento de 6,4 trilhões de dólares dos EUA para este ano fiscal. Os parlamentares não estão considerando cortes em programas de benefícios populares, como a Previdência Social e o Medicare.

Vários membros da ala radical ameaçaram destituir McCarthy de sua função no comando da Câmara se ele aprovar um projeto de lei de gastos que exija qualquer voto democrata para ser aprovado, um resultado quase garantido, já que qualquer projeto de lei bem-sucedido da Câmara também precisa ser aprovado no Senado, controlado pelos democratas por 51 votos a 49.

O ex-presidente Donald Trump, provável oponente de Biden nas eleições presidenciais de 2024, recorreu às mídias sociais para pressionar seus aliados do Congresso rumo à paralisação.

Os republicanos da Câmara expressaram aborrecimento na noite de quinta-feira com seus pares radiciais, que impediram o processo em quase todas as etapas.

“Eles não podem atear fogo, chamar o Corpo de Bombeiros, desligar o abastecimento de água e depois culpá-los por não apagarem o fogo”, disse o deputado Dan Crenshaw à Reuters. “É mais ou menos isso que está acontecendo agora.”

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