A presidente do Federal Reserve de Cleveland, Loretta Mester, disse nesta terça-feira que está aberta a aumentar novamente a taxa básica de juros, possivelmente na próxima reunião do banco central dos Estados Unidos, se a situação atual da economia permanecer, mesmo reconhecendo que um aumento nos rendimentos dos títulos de longo prazo poderia mudar a perspectiva da política monetária.
“Se, na próxima reunião, a economia se apresentar da mesma forma, semelhante à que se apresentou em nossa reunião recente, eu faria um novo aumento da taxa básica”, disse ela a repórteres.
Mas Mester, que não tem direito a voto no Comitê Federal de Mercado Aberto do banco central norte-americano este ano, advertiu que o que virá a seguir para o Fed ainda é um alvo em movimento.
“Não posso lhe dizer agora o que acontecerá na reunião de novembro e na reunião de dezembro”, disse a autoridade sobre as perspectivas de política monetária para o final do ano. “Provavelmente, sou a favor de subir de novo, mas, novamente, teremos de esperar para ver como a economia evoluirá.”
Nesta terça-feira, Mester disse que, do seu ponto de vista, “a questão é: por quanto tempo precisamos manter a política monetária restritiva para termos certeza de que a inflação vai cair para 2%?” Ela acrescentou que “teremos de manter a política monetária restritiva por algum tempo”, embora não tenha comentado por quanto tempo, ou quando o Fed poderia pensar em reduzir os juros.
Mester disse esperar que a inflação retorne a 2% até o final de 2025. As últimas previsões do Fed esperam que isso ocorra em 2026.
Ela também afirmou que o aumento dos rendimentos dos títulos o retorno do Treasury de dez anos subiu para um nível visto pela última vez há 16 anos afetará as decisões que as autoridades do Fed tomarão.
“Teremos que acompanhar e observar isso, o que influenciará não apenas nossas decisões de política monetária, mas também a evolução da economia”, disse Mester. “Ao longo do próximo ano, essas taxas mais apertadas ou mais altas terão um impacto sobre a economia e temos que levar isso em conta quando estivermos definindo a política monetária.”