A Rússia disse nesta quarta-feira que o Japão não forneceu informações completas sobre a liberação de água radioativa da usina nuclear de Fukushima, apesar das repetidas solicitações de Moscou e Pequim.
O Japão começou a liberar água radioativa tratada de Fukushima no oceano Pacífico em agosto, e foi duramente criticado pela China, que imediatamente proibiu todas as importações de frutos do mar japoneses.
“Nós e a China pedimos repetidamente que o lado japonês demonstre transparência e forneça a todos os Estados interessados acesso total a todas as informações sobre a descarga de água da usina nuclear de Fukushima-1”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
“O Japão não fez isso”, disse Zakharova. “O Japão não conseguiu responder adequadamente a essas questões e garantir a ausência de uma ameaça, inclusive no longo prazo.”
Um grande terremoto e tsunami em 2011 provocaram um colapso nuclear em Fukushima — o pior desastre nuclear do mundo desde Chernobyl, há 25 anos, na então Ucrânia soviética.
O Japão afirma que a liberação é segura, observando que a Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) concluiu que o impacto sobre as pessoas e o meio ambiente é “insignificante”.
A Rússia está considerando se juntar à China na proibição das importações de frutos do mar japoneses, disse um órgão regulador russo no mês passado.
Zakharova disse que a maioria das preocupações da Rússia seria “imediatamente removida se Tóquio parasse o processo de drenagem de seus resíduos para o oceano do mundo”, acrescentando que a China havia expressado a mesma opinião.