Home Economia e Política A crise, indicadores econômicos e algumas reflexões

A crise, indicadores econômicos e algumas reflexões

por Ricardo Pereira
0 comentário

A crise, indicadores econômicos e algumas reflexõesAlguns dados conflitantes trazem reflexões interessantes nesses tempos em que a crise parece ficar mais nítida aos olhos brasileiros. É consenso que fomos atingidos pelo mar de pessimismo que cerca o mundo. Hum, pessimismo, talvez esta seja a grande palavra da crise atual. Dentro do desempenho econômico de um país, um dado específico parece demonstrar a direção (a expectativa de rumo) do país: o índice de confiança do empresariado.

Afinal, são eles os grandes responsáveis por contratar, demitir e fazer a economia girar. São figuras importantíssimas ao longo da cadeia produtiva. Segundo levantamento trimestral da Conferência Nacional da Indústria (CNI), os empresários continuam encarando o cenário com um pessimismo evidente. O índice está dois pontos acima da última pesquisa, agora em 49,4 pontos, mas ainda abaixo de 50 pontos – número considerado o ponto de equilíbrio entre o pessimismo e otimismo.

Indicadores, resultados e mudanças…
Esses dados podem significar e mostrar como alguns números começam a fazer mais sentido. Tomemos, por exemplo, o aumento da taxa de desemprego, que agora está na casa de 9%. Quando o cenário é visto como nebuloso, as empresas deixam seus investimentos de lado e optam por reduzir custos. Assim, o desemprego passa ser uma saída e a principal medida de contenção.

As grandes empresas divulgam semanalmente dados sobre suas operações e reiteram a intenção de demitir milhares de trabalhadores pelo mundo todo. Por aqui, também não escapamos desse cenário e fomos, no passar dos meses, sentindo o peso de tal situação.

Enquanto isso, o governo aumento o número de meses para concessão do seguro desemprego, medida também adotada em outros países que remedia o problema, mas que, na prática, não o soluciona. O crédito no Brasil, que chegou a níveis alarmantes, começa a voltar aos patamares registrados no período pré-crise, mas com um custo financeiro muito maior. O índice de inadimplência também subiu ao maior patamar desde novembro de 2006, em alta de 5,1% em março deste ano e tendo como principal atores nesse cenário os empréstimos concedidos às empresas.

Algumas boas notícias
Se o empresariado ainda continua vendo o cenário econômico com pragmatismo, de outro lado os consumidores mais rapidamente dão sinal de que estão dispostos a retomar o ritmo de consumo. Um dos principais termômetros desse movimento é a busca pelos carros novos, que a cada novo mês repete o bom desempenho do ano de 2008.

A redução de impostos parece ser uma arma poderosa no convencimento ao consumidor. A pergunta que se faz é: será que esses números fabulosos serão “testados” na hora do recebimento? O ponto positivo é que os prazos para pagamento foram reduzidos, obrigando os compradores a desembolsar valores maiores de entrada – ou, na pior das hipóteses, a assumir parcelas mais salgadas. E, assim, as chances de pagamento são maiores.

Que fique claro que essa “salada” de números não significa a manutenção ou o final da crise financeira. São seus reflexos. Para quem quer aproveitar as oportunidades que surgem durante a crise, vale a pena conferir o bom desempenho de alguns investimentos, como a tão maltratada bolsa de valores. Mesmo com alta volatilidade, o cenário para quem tem disposição para investimentos no longo prazo parece mais favorável que nunca.

——
Ricardo Pereira
é educador financeiro e palestrante credenciado pelo Instituto DiSOP, trabalhou no Banco de Investimentos Credit Suisse First Boston e edita a seção de Economia do Dinheirama.

Quem é Ricardo Pereira?
Leia todos os artigos escritos por Ricardo

Crédito da foto para stock.xchng.

Sobre Nós

O Dinheirama é o melhor portal de conteúdo para você que precisa aprender finanças, mas nunca teve facilidade com os números.  Saiba Mais

Mail Dinheirama

Faça parte da nossa rede “O Melhor do Dinheirama”

Redes Sociais

© 2023 Dinheirama. Todos os direitos reservados.

O Dinheirama preza a qualidade da informação e atesta a apuração de todo o conteúdo produzido por sua equipe, ressaltando, no entanto, que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento, não se responsabilizando por perdas, danos (diretos, indiretos e incidentais), custos e lucros cessantes.

O portal www.dinheirama.com é de propriedade do Grupo Primo.