Depois de assinar o contrato de estágio ou de começar em seu primeiro emprego, uma preocupação do jovem deve ser em fazer com que o dinheiro que passará a receber seja suficiente para o seu uso cotidiano e, principalmente, que este seja usado para a realização dos seus sonhos. Sempre reforço que, para isso, é importante que se crie o hábito de investir parte dessas receitas. Com isso o jovem tem pela frente outro desafio: definir o melhor investimento. Parece óbvio, mas não é.
Essa procura faz com que a cabeça dos jovens fique ainda mais confusa, já que uma pesquisa rápida do que o mercado oferece mostrará diversas opções (poupança, Fundo DI, Previdência Privada, Bolsa de Valores etc.). É verdade, são várias as alternativas. E, claro, como tudo na vida, cada uma possui diferentes vantagens e desvantagens.
Assim, antes de aplicar é importante definir o montante mensal que será aplicado e quanto tempo será necessário aplicá-lo para a realização dos sonhos e objetivos traçados. Sim, é isso mesmo, o melhor lugar para se colocar o dinheiro dependerá diretamente do período para atingir essas metas (curto, médio ou longo prazo).
Se o dinheiro guardado for para realizar um objetivo ou sonho de curto prazo (como uma viagem ou comprar um aparelho eletrônico), as melhores aplicações hoje são a poupança, um fundo de curto prazo ou título de renda fixa (CDB por exemplo), visto que os mesmos têm atingido taxas de rentabilidade interessantes (por vezes parecidas) e são seguras – possibilitam uma maior maleabilidade na hora de tirar o dinheiro.
Agora, se o objetivo é usar o dinheiro em um período de médio prazo (como fazer um curso ou comprar um veículo), você pode aplicar em ações, fundos de renda variável, multimercado e de renda fixa. Se o prazo for superior à três anos, vale a pena pensar em bolsa de valores – até o percentual de 30% do investimento total.
Quando o objetivo ou sonho for de longo prazo (como uma casa própria ou sua independência financeira), devemos pensar e considerar todas as alternativas anteriores, mas também a previdência privada – sempre observando as taxas de carregamento e administração (as menores taxas estão nas seguradoras).
Outra boa aplicação para um prazo maior é a compra de ações – dando preferência para ações de perfil moderado e conservador, principalmente de grandes corporações. É aconselhável que se busque no mercado especialistas em investimentos em bolsa de valores.
Alguns alertas que sempre faço aos jovens investidores merecem destaque:
- Não aplicar o seu dinheiro em um único investimento. É interessante criar uma cesta de investimento (CDB, previdência privada, bolsa de valores etc.);
- Evitar investimentos arrojados com taxas de juros agressivas, o que pode ser uma armadilha financeira.
Para finalizar, é importante reforçar que é fundamental ter um destino para esse dinheiro investido. Nunca guarde dinheiro sem estabelecer com antecedência o que fará com ele no futuro. Tenha objetivos, metas e respeite-os. Saiba que quando não tratamos o dinheiro com tal disciplina, é quase certo que o investimento será gasto na primeira oportunidade de consumo que apareça.
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Reinaldo Domingos é professor, consultor e terapeuta financeiro. Também é autor dos livros “O Menino do Dinheiro” (Editora Gente), “Terapia Financeira” (Editora Gente) e Presidente do DiSOP – Instituto de Educação Financeira.
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