O Santander reduziu nesta quarta-feira (22) sua recomendação para as ações da Ambev (ABEV3) de “compra” para “manutenção” e revisou o preço-alvo para R$ 12, ante R$ 16 anteriormente. Segundo os analistas Guilherme Palhares e Laura Hirata, a inflação de custos será um fator crítico para a empresa em 2025, especialmente devido à depreciação do real e ao aumento dos custos de embalagem e matérias-primas, como alumínio.
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A análise aponta que a Ambev enfrentará um aumento estimado de 8% no custo unitário da divisão de cervejas no Brasil, além de pressões adicionais nas margens de outras unidades de negócios. “A depreciação do real, combinada com a inflação de embalagens e mão de obra, pode elevar os custos de forma significativa”, afirmaram os analistas.
Veja o que o Santander disse sobre a Ambev
• Rebaixamento da recomendação e revisão do preço-alvo. O Santander alterou sua recomendação para “Manutenção” e reduziu o preço-alvo para R$ 12,00, citando o impacto da inflação de custos e a volatilidade cambial. “Estamos ajustando nosso modelo para capturar melhor a dinâmica inflacionária em todas as regiões”, destacaram Palhares e Hirata.
• Inflação de custos afeta diretamente o mercado de cervejas. Os custos de produção da divisão de cervejas no Brasil devem aumentar cerca de 8% em 2025. “A inflação de embalagens e a depreciação do real são os principais responsáveis por essa pressão”, observaram os analistas.
• Concorrência da Heineken aumenta pressão no mercado. A expansão da capacidade de produção da Heineken em cerca de 10% adiciona um desafio competitivo à Ambev. “Os dados de emprego indicam que a nova unidade da Heineken já iniciou operações, o que pode pressionar a Ambev no mercado brasileiro.”
• Impacto da depreciação cambial nos negócios internacionais. Do lado positivo, a Ambev pode se beneficiar da desvalorização do real em suas operações internacionais, que tendem a aproveitar os ganhos cambiais para sustentar os resultados.
• Margens sob pressão em todas as unidades de negócios.A análise projeta quedas nas margens da Ambev devido ao aumento dos custos de matérias-primas e mão de obra. “Além das cervejas, os refrigerantes devem sofrer com uma inflação de custos de dois dígitos, agravada pelo aumento nos preços das embalagens.”
• Expectativas para o 4T24. O Santander estima um lucro líquido de R$ 4,4 bilhões para o quarto trimestre de 2024, praticamente estável em relação ao mesmo período do ano anterior. “A desaceleração do Grupo Petrópolis pode limitar ganhos de market share nos números de sell-in da Ambev”, indicaram os analistas.