As ações da Ambev (ABEV3) estão em um momento de incertezas relacionadas ao pagamento de impostos, enquanto o setor de bebidas alcoólicas cresce fortemente no Brasil, avaliam os analistas do Santander em um relatório enviado a clientes nesta quinta-feira (17).
Os analistas Guilherme Palhares, Laura Hirata e Diego Marquez rebaixaram a recomendação aos papeis da fabricante de bebidas de compra para manutenção, com o preço-alvo reduzido de R$ 18,50 para R$ 15, com o objetivo para o final de 2025. O retorno aproximado seria de 26%.
“Embora as ações da Ambev tenham subido 13% desde julho de 2024 (vs. +5% do Ibov), acreditamos que os desafios relacionados a condições econômicas na Argentina, incertezas acerca da tributação e potencial de alta limitado causado pela reestruturação de capital devem continuar restringindo as ações de terem uma reclassificação no futuro. Nossa estimativa do Ebitda para 2024 está 5% abaixo do consenso”, opinam.
Setor de bebidas
“O consumo de bebidas alcoólicas no Brasil está aumentando, apesar dos obstáculos a longo prazo. Dados do IBGE indicam que o consumo de álcool no Brasil tem sido forte. O PIB do país deverá crescer 3% a/a em 2024, conforme o consenso, e isto provavelmente tem impulsionado os gastos dos consumidores.”, explicam.
O Santander ressalta que os volumes da Ambev e de seus pares têm crescido, e que os volumes de outras bebidas alcoólicas (como vinho e vodca) também têm aumentado.
Monetização fiscal
Entretanto, os analistas continuam a ver um “peso” no caixa líquido da Ambev derivado dos impostos provenientes das operações no exterior. Ao lado disso, a monetização fiscal não está precificada nas ações.
“Acreditamos que o mercado não está precificando toda a extensão dos créditos fiscais da Ambev. Esperamos que a empresa monetize cerca de R$ 12 bilhões em créditos fiscais (7% do seu valor de mercado)”, ressaltam.