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Ação da B3 caminha para nível pandêmico

Embora o ADTV ainda permaneça acima da média pré-pandemia, que era de 90%, a expectativa agora é de uma redução para 110%

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Sede da BM&F, da B3, em São Paulo

O Bank of America rebaixou a recomendação das ações da B3 (B3SA3) de “Compra” para “Neutra” e reduziu o preço-alvo de R$ 14 para R$ 13, refletindo um cenário de taxa Selic mais alta e prolongada.

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Assinado pelos analistas Mario Pierry, Antonio Ruette e Ernesto Gabilondo, o relatório destaca as revisões nas expectativas para a taxa básica de juros no Brasil, que agora está projetada em 11,75% para o final de 2024 e 10,75% para 2025.

A decisão de rebaixar a recomendação foi baseada na expectativa de que o Banco Central prolongará o ciclo de alta de juros até o início de 2025, conforme a recente atualização dos economistas do Bank of America. Anteriormente, a previsão para a Selic era de 10,5% em 2024 e 9,0% em 2025.

O impacto dessa revisão reflete um ambiente econômico de maior custo de capital.

Além disso, o banco ajustou suas projeções de volume diário médio negociado (ADTV) em ações para R$ 24 bilhões em 2025, uma queda em relação aos R$ 26 bilhões anteriormente previstos.

Embora o ADTV ainda permaneça acima da média pré-pandemia, que era de 90%, a expectativa agora é de uma redução na velocidade de giro de ações para 110%, contra uma estimativa anterior de 120%.

A velocidade de giro (turnover velocity) mostra com que frequência as ações estão sendo compradas e vendidas em um determinado período. A fórmula básica é o volume total de negociações dividido pela capitalização de mercado das ações, geralmente expresso como uma porcentagem anual.

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Receitas fora do mercado de ações

Apesar da redução no volume de negociações de ações, o impacto nas projeções de lucro por ação (EPS) da B3 foi mais modesto, caindo apenas 4%, devido à diversificação das receitas da empresa, com 60% das receitas totais vindo de produtos fora do mercado de ações, como Juros, moedas e mercadorias, Balcão, Infraestrutura para Financiamentos e Tecnologia, dados e serviços. Para 2025, o Bank of America estima que a B3 deverá apresentar um crescimento limitado de 5% no EPS, alcançando R$ 0,90, o que representa uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de apenas 2% desde 2021.

Com a revisão do preço-alvo para R$ 13, o Bank of America prevê um potencial de valorização de apenas 5%, além de um rendimento em dividendos de 9%, o que justifica a nova recomendação neutra. A redução do múltiplo de preço/lucro (P/E) para 14 vezes, ante os 15 vezes anteriores, também reflete o ambiente de juros elevados, uma vez que a B3 costuma ser negociada em múltiplos mais baixos quando a Selic supera 10%.

Para os investidores que negociam ADRs (American Depositary Receipts), o banco também ajustou o preço-alvo para US$ 7,10, ante US$ 8,40, considerando uma taxa de câmbio de R$ 5,50 por dólar. Essa nova perspectiva de valorização limitada reforça a recomendação mais cautelosa do Bank of America em relação às ações da B3, que deve enfrentar um crescimento moderado em um cenário econômico desafiador.

O relatório sugere que, apesar de sua diversificação de receitas, a B3 está enfrentando um momento de crescimento mais lento, diretamente influenciado pelo ambiente macroeconômico e a política monetária restritiva no Brasil.

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