A Biomm (BIOM3) anunciou nesta quarta-feira (17) que assinou acordo para comercializar e distribuir o medicamento semaglutida no Brasil, para tratamento de diabetes, mas que tem sido amplamente utilizado por pessoas interessadas em reduzir o peso.
O acordo, exclusivo, foi acertado com a indiana Biocon. A Biomm afirmou que, no ano passado, as vendas de semaglutida no Brasil somaram 3,1 bilhões de reais, com uma taxa de crescimento médio de quase 40% entre 2021 e 2023.
Segundo a Biocon, o medicamento é similar ao Ozempic, fabricado pela Novo Nordisk. Pelo acordo, a Biocon será responsável pelo desenvolvimento, fabricação e fornecimento da semaglutida à Biomm para o mercado brasileiro.
“Com mais um medicamento focado no tratamento do diabetes, a companhia segue na ampliação de seu portfólio de metabolismo (insulinas e GLP-1) trazendo o similar do Ozempic® e reforça seu compromisso em melhorar o acesso para doenças crônicas para a população brasileira e contribuir ainda mais para a eficiência, sustentabilidade e qualidade do sistema de saúde do Brasil”, disse a Biomm.
A semaglutida é indicada como adjuvante da dieta e do exercício para melhorar o controle glicêmico em adultos com diabetes mellitus tipo 2 e também para reduzir o risco de eventos cardiovasculares adversos importantes (morte cardiovascular, infarto do miocárdio não fatal ou acidente vascular cerebral não fatal) em adultos com diabetes mellitus tipo 2 e doença cardiovascular.
Mas a companhia afirmou que a comercialização e distribuição no Brasil dependem de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A Biomm afirmou ainda que a venda do medicamento também depende de publicação do preço pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), bem como a expiração da patente.
Outro similar ao Ozempic é o Mounjaro, produzido pela Eli Lilly (LLY; LILY34). As ações da Lilly também estão entre as maiores altas do último ano, superando 100%. A Anvisa concedeu o registro do Mounjaro no Brasil em setembro do ano passado.
A Biomm obteve uma receita líquida consolidada de R$ 118,194 milhões em 2023, alta de 13% em relação ao ano anterior. Enquanto isso, a empresa observou um prejuízo líquido de R$ 81,141 milhões, uma queda de 12,3% na comparação com 2022.
A empresa deve inaugurar a fábrica de insulina glargina, a primeira de uma companhia brasileira, em Nova Lima (MG), no próximo dia 26. O evento deve contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Saúde, Nísia Trindade Lima, afirmou a empresa.
Ações decolaram antes
As ações da empresa decolam 39%, negociadas a R$ 15,44. Os papeis, contudo, já subiam 90% em 2024 até o fechamento de ontem, antes do anúncio da comercialização da semaglutida. O desempenho fora do comum para esta ação fora do radar chamou a atenção da B3 (B3SA3) em 23 de fevereiro.
Na ocasião, a Biomm informou que a oscilação atípica pode ter sido resultado do aumento de capital de até R$ 217 milhões realizado em 6 de fevereiro e o ingresso de novos acionistas “podem, eventualmente, ter contribuído para uma sinalização positiva perante o mercado, dado o momento de ramp up operacional”.
A maior acionista é a gestora WNT Gestora de Recursos, que tem elevado a sua participação. A fatia subiu de 18,37% em 16 de fevereiro para 20,03% em 16 de abril, um dia antes do anúncio do fornecimento da semaglutida.
Os grupos Martins Mares Guia, Walfrido e Emrich são os fundadores.
Veja o acordo da Biomm
(Com Reuters)