O BTG Pactual voltou a analisar as ações da HBR (HBRE3) com uma recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 8, o que indica um potencial de valorização de 88%, mostra um relatório enviado a clientes neste domingo (24).
Segundo os analistas Elvis Credendio e Gustavo Cambauva, o cenário imobiliário brasileiro foi remodelado pela forte demanda por imóveis de fundos de investimento imobiliário (FIIs).
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“Alavancando esse movimento, empresas imobiliárias como BR Properties, SYN (SYNE3), LOG CP (LOGG3), São Carlos (SCAR3) e Allos (ALOS3) venderam grandes volumes de ativos. Acreditamos que a HBR pode ser a próxima nessa linha de empresas imobiliárias alavancando vendas de ativos”, explicam.
Para o BTG, este cenário de forte demanda por imóveis é positivo para incorporadoras como a HBR, que desenvolve imóveis em alto YoC (Yield on Cost) e tem a capacidade de vendê-los a taxas de capitalização comprimidas, com altas margens/MOICs (Múltiplo de Capital Investido), impulsionadas pela alavancagem.
Endividamento da HBR
Credendio e Cambauva, ressaltam, contudo,que a HBR está altamente endividada (20 vezes o ND/Ebitda) e continua a assumir dívidas, pois está desenvolvendo um grande pipeline de ativos imobiliários (ComVem, segmento de shopping e escritórios em regiões nobres), com Ebitda esperado para se materializar no médio prazo.
“Quanto mais tempo a HBR levar para vender ativos, mais prejudicial à dívida será para o patrimônio. O cenário macro se deteriorou muito recentemente. O Banco Central mudou a rota de cortes de juros para um novo ciclo de aumentos de taxas – agora nossa equipe macro espera que a taxa Selic termine 2024 em 12,0% e 12,5% em 2025, o que é negativo para empresas alavancadas como a HBR”, destacam.
No entanto, a HBR começou a vender ativos.
“Recentemente, vendeu um hotel por R$ 41 milhões e ostenta um grande volume de propriedades premium que podem ser vendidas em breve. Isso deve levar a empresa a se desalavancar fortemente e criar espaço em seu balanço para continuar desenvolvendo seu pipeline de projetos. Mais importante, as ações da HBR estão sendo negociadas com um grande desconto de 62% em relação ao seu NAV, enquanto os ativos imobiliários foram avaliados a preços/m² bem acima de sua avaliação implícita em negócios recentes”, explica o BTG.
Desta forna, o banco acredita que as fusões e aquisições podem enviar um sinal positivo aos investidores de que os ativos da empresa estão subvalorizados.
“Sim, reconhecemos o risco de escolher a HBR e as ações se mostrarem uma armadilha de valor. Mas acreditamos que a avaliação implícita de seus ativos é muito barata para ser ignorada, especialmente porque muitas propriedades em seu portfólio são ativos principais (3A Faria Lima, WHotel, etc.)”, diz o banco.