O Itaú BBA avalia que as ações da Irani (RANI3) estão baratas e prestes a ter uma reavaliação positiva por parte do mercado em reconhecimento aos esforços de rentabilidade dos últimos anos, mostra um relatório de início de cobertura enviado a clientes.
A recomendação é outperform, o mesmo que compra, com um preço-alvo de R$ 10 para o final de 2025. O valor representa um potencial de valorização de aproximadamente 45%.
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“Não apenas gostamos da dinâmica de longo prazo para o segmento de papel e embalagens, mas também acreditamos que a Irani está bem posicionada para se beneficiar do momento positivo dos lucros nos próximos trimestres, impulsionado principalmente pelo recente aumento nos preços do papelão ondulado”, aponta o documento assinado por Edgard Pinto de Souza.
Segundo ele, a empresa também está prestes a ver os benefícios dos investimentos feitos por meio da Plataforma Gaia, que se traduzirão em maiores volumes e um melhor mix de vendas, resultando em maior Ebitda e Ebitda por tonelada nos próximos anos.
“Acreditamos que há escassez de valor para um ativo puro de papel e embalagens no mercado brasileiro, e que a proposta de avaliação atual parece atraente”, explica.
Ponto de entrada atraente
O BBA lembra que o preço das ações da Irani caiu 35% no acumulado do ano, com desempenho inferior ao Ibovespa (IBOV) em 31 pontos percentuais, impulsionado pelo enfraquecimento dos resultados e pelo declínio do rendimento de dividendos.
O analista calcula que a ação é negociada a um múltiplo de valor da empresa sobre o Ebitda (EV/Ebitda) para 2025 de 4,7 vezes.
“Este múltiplo é menor do que os de seus pares nacionais e internacionais e abaixo de sua média histórica de 6 vezes. Também antecipamos um rendimento de dividendos médio decente de 6% e rendimento de FCF (Fluxo de Caixa Livre) de 9% de 2025 a 2027”, destaca a análise.
Reviravolta
A Irani vem experimentando declínios anuais no Ebitda desde o quarto trimestre de 2023, principalmente devido aos preços mais baixos de papel e papelão ondulado, mas, mais recentemente, também impactada por preços mais altos de OCC (papelão ondulado pós-consumo), após as enchentes no Rio Grande do Sul.
“Dito isso, olhando para o futuro, esperamos uma tendência positiva de lucros para a Irani a partir do quarto trimestre de 2024, apoiada pelo recente aumento nos preços de papelão ondulado e uma potencial redução nos preços de OCC à medida que o fornecimento se normaliza”, estima o BBA.
Gaia
Desde 2020, a Irani investiu cerca de R$ 985 milhões (60% de seu valor de mercado) na “Plataforma Gaia”, que inclui 11 projetos voltados para redução de custos, aumento de produção e modernização da base de ativos.
“Com quase 85% do capex do projeto concluído, agora acreditamos que a empresa está prestes a colher a maioria dos benefícios”, propõe o analista.