A Guide Investimentos reforçou a recomendação de compra para as ações da Prio (PRIO3) por três principais fatores que sustentam a visão positiva: o aumento provável da produção nos próximos meses, a atratividade do valuation da empresa em comparação com sua média histórica, e a expectativa de uma nova aquisição estratégica a curto ou médio prazo.
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Um dos pontos centrais do relatório é o aumento da produção da Prio, explica o analista Mateus Haag. Nos últimos meses, a empresa enfrentou dificuldades devido à greve no Ibama, que atrasou a realização de novas perfurações e a execução de workovers.
Além disso, o início da produção no campo de Wahoo, inicialmente previsto para agosto de 2024, também foi postergado. Problemas técnicos em outros campos da empresa impactaram negativamente a produção, que em julho registrou 67,7 mil barris por dia (bpd), contra mais de 102 mil bpd no pico, em setembro do ano passado. Com o fim da greve, a expectativa é que a produção cresça significativamente.
Outro fator importante abordado no relatório é o custo de extração (lifting cost). No segundo trimestre de 2024, a Prio manteve um lifting cost de US$ 7,6 por barril, estável em comparação com o trimestre anterior. A empresa possui dois fatores que podem impactar esse custo: o início das operações em Wahoo e o aumento da produção em Albacora Leste. Embora haja potencial para redução, os campos em operação apresentam atualmente ganhos limitados nessa frente, o que indica desafios no curto prazo.
Aquisições da Prio?
Em relação à estratégia de fusões e aquisições (M&A), o relatório menciona que a Prio está ativamente em busca de novas oportunidades de aquisição. Recentemente, surgiram rumores sobre o interesse da empresa na compra de 40% do campo de Peregrino, da Sinochem, na bacia de Campos. A empresa também estaria de olho em novas oportunidades no Golfo do México. No entanto, aquisições fora do Brasil poderiam trazer complexidades operacionais e menores ganhos sinérgicos.
A Prio tem acumulado um volume significativo de caixa nos últimos trimestres, com uma posição atual de US$ 1,1 bilhões. Com esse montante, a empresa teria capacidade de adquirir reservas significativas ou expandir sua produção, o que torna o cenário ainda mais promissor. A expectativa é que a companhia anuncie novas aquisições em breve, o que pode acelerar o crescimento de suas operações.
Valuation
No que diz respeito ao valuation, a Prio está negociando atualmente a um múltiplo EV/EBITDA de 3,1x nos últimos 12 meses, comparado a uma média de 4,2x desde 2021. Isso representa um desconto de aproximadamente 24%, tornando a ação atraente em relação ao histórico recente. O relatório destaca que esse desconto, combinado com o potencial de crescimento da produção, reforça a tese de compra para as ações.
Apesar das perspectivas otimistas, o relatório também aponta alguns riscos associados ao investimento na Prio. Entre eles estão a possibilidade de queda no preço do barril de petróleo, a execução dos projetos da empresa e o risco de aumento de impostos no Brasil, o que poderia afetar a rentabilidade da empresa.
Mesmo com esses riscos, a Guide mantém sua recomendação de compra para as ações da Prio, com base em seu valuation atrativo e no potencial de expansão da produção. A empresa, que atualmente produz 67,7 mil bpd, tem condições de aumentar esse número significativamente nos próximos meses, com o fim da greve no Ibama e a resolução de problemas técnicos nos campos.
Outro ponto positivo mencionado no relatório é a capacidade da Prio de realizar novas aquisições, o que poderia trazer mais crescimento para a empresa. O caixa robusto de US$ 1,1 bilhões permite que a Prio busque oportunidades no mercado, ampliando suas reservas e fortalecendo sua posição no setor de petróleo.