O Itaú BBA reiterou a recomendação de compra para as ações da Rumo (RAIL3), fixando o preço-alvo em R$ 29, o que sugere um potencial de valorização de quase 50%. A análise destaca o equilíbrio entre crescimento e distribuição de dividendos como ponto central da tese de investimento, embora ressalte desafios de curto prazo e a exposição à volatilidade de taxas de juros de longo prazo.
O que diz a análise sobre a Rumo
• Crescimento do Ebitda em 2025 acima do mercado. O banco projeta um Ebitda de R$ 8,6 bilhões para 2025, acima do consenso de mercado de R$ 8,4 bilhões, com viés de alta. Apesar disso, a volatilidade nos volumes e contratos pode limitar a valorização das ações no curto prazo.
• Safra forte já precificada no mercado. A safra de soja de 2025 deve crescer cerca de 20% ano contra ano, com projeções de 46 a 50 milhões de toneladas. No entanto, o Itaú acredita que grande parte desse cenário positivo já foi incorporado ao preço das ações.
• Contratos spot como fator positivo. A baixa adesão a contratos Take-or-Pay deve aumentar a exposição da Rumo a contratos spot, o que, segundo o Itaú, pode fortalecer o poder de negociação para tarifas em 2025, projetadas agora como inflação + 2%.
• Impacto sazonal em volumes no início de 2025. O atraso no plantio da soja em 2024 deve concentrar a colheita em fevereiro/março de 2025, causando uma provável queda de dois dígitos nos volumes transportados nos primeiros 45 dias do ano.
• Efeitos do dólar e das taxas de juros. Apesar de 25% da dívida da Rumo ser em dólar, ela está protegida por hedge, minimizando o impacto da moeda. Já um aumento de 100 pontos-base na Selic pode reduzir o lucro líquido estimado em 3%, afetando o múltiplo de valuation da empresa.
• Perspectiva construtiva, mas não entre as favoritas. Embora a tese para 2025 seja promissora, o Itaú BBA ainda prefere nomes como WEG, Embraer e Marcopolo no setor, citando o momento desafiador de curto prazo e a sensibilidade da Rumo às taxas de juros de longo prazo.