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Ação da Sabesp tem potencial de 57%, aponta Goldman Sachs

As mudanças no ambiente regulatório proporcionaram maior previsibilidade de retorno sobre os investimentos, diz o banco

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Sabesp

O relatório do Goldman Sachs sobre as ações da Sabesp (SBSP3), assinado pelos analistas Bruno Amorim, Guilherme Bosso e Guilherme Costa Martins, inicia a cobertura da empresa com uma recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 134,30 por ação. Essa análise indica um potencial de valorização de 53% no período de 12 meses, considerando o atual preço de R$ 88,12.

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Os principais fatores que sustentam essa recomendação são o posicionamento da Sabesp no setor de saneamento, a privatização recente, os planos de expansão de capital (capex), e as mudanças no ambiente regulatório, que proporcionam maior previsibilidade de retorno sobre os investimentos.

Segundo o banco, a privatização trouxe novas oportunidades de eficiência operacional e melhorias regulatórias, com um contrato estabelecendo metas agressivas para a universalização do saneamento até 2029. Esse processo também reduziu a participação do Estado de São Paulo na empresa, permitindo maior participação do setor privado, com destaque para o investimento da Equatorial, que adquiriu 15% das ações da empresa.

Os analistas destacam que a Sabesp tem um plano robusto de investimentos, prevendo cerca de R$ 70 bilhões em capex até 2029. Esse valor é mais do que o dobro da média anual de investimentos realizados entre 2018 e 2023. A estratégia é fundamental para atingir as metas de universalização de água e esgoto, com ênfase em áreas rurais e de baixa renda.

Além disso, o novo modelo regulatório, que visa dar maior previsibilidade e eficiência ao setor, foi outro fator-chave para a recomendação de compra. Entre as principais mudanças estão a metodologia de cálculo de ativos regulatórios (RAB), que agora será retroativa, e a inclusão de novos itens tarifários que aumentam o EBITDA da empresa.

Redução de custos operacionais

Um ponto de destaque na análise é o potencial de redução de custos operacionais da Sabesp. Atualmente, os custos unitários da empresa são 30% maiores do que seus concorrentes privados. A expectativa é que, com as medidas de eficiência pós-privatização, a Sabesp consiga reduzir seus custos em até 30% nos próximos cinco anos.

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Outra vantagem competitiva da Sabesp, segundo o relatório, é sua capacidade de participar de futuros leilões de saneamento, o que pode fortalecer ainda mais sua posição no mercado. A empresa tem um histórico sólido de investimentos em áreas rurais e de difícil acesso, o que deve contribuir para a obtenção de novos contratos.

Em termos financeiros, a Sabesp está bem posicionada, com uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,2x, considerada saudável para os níveis de investimento previstos. Além disso, a geração de caixa da empresa deve aumentar substancialmente nos próximos anos, suportada pelo crescimento no número de conexões e aumento nas tarifas.

Os analistas preveem que o EBITDA da Sabesp terá um crescimento médio anual de 14% até 2029, refletindo tanto o aumento de receitas quanto a melhoria da eficiência operacional. Isso permitirá que a empresa mantenha seus níveis de endividamento sob controle, apesar do aumento do capex.

A privatização também trouxe mudanças no tratamento regulatório das tarifas, com revisões anuais da base de ativos regulatórios e um novo modelo de compartilhamento de ganhos de eficiência com os consumidores. No primeiro ciclo regulatório, a Sabesp não precisará compartilhar esses ganhos, o que incentivará a adoção de novas medidas de redução de custos.

Dividendos crescentes

O relatório menciona que, além dos ganhos operacionais, a Sabesp está bem posicionada para distribuir dividendos crescentes nos próximos anos. A expectativa é que o dividend yield da empresa passe dos atuais 2% para 13% até 2030, conforme a empresa avança em seu plano de investimentos e colhe os frutos das melhorias regulatórias.

Um dos riscos apontados pelos analistas é a capacidade da empresa de implementar o plano de capex dentro do prazo e do orçamento previsto. Contudo, o histórico de execução da equipe de engenharia da Sabesp, aliado à experiência da Equatorial, minimiza esse risco.

Em termos de valuation, o Goldman Sachs estima que a Sabesp está negociando a um múltiplo EV/RAB de 0,95x para 2024, o que está acima da média histórica, mas ainda abaixo de 1x. Isso sugere que a empresa tem potencial de valorização se conseguir superar o custo de capital regulatório.

Sabesp é a terceira maior do mundo

O relatório também destaca a relevância da Sabesp no cenário global, sendo a terceira maior empresa de saneamento do mundo em termos de capitalização de mercado. Isso coloca a empresa em uma posição privilegiada para captar investimentos internacionais e participar de grandes projetos de infraestrutura.

Uma parte significativa da análise se concentra nas perspectivas de longo prazo para o setor de saneamento no Brasil, com um mercado em expansão e novas oportunidades de concessões. A Sabesp, devido ao seu porte e experiência, é vista como uma potencial consolidadora desse mercado.

Os analistas indicam que, com a nova estrutura de capital, a Sabesp tem capacidade de continuar captando recursos a custos atrativos, o que é essencial para financiar o plano de capex sem comprometer sua saúde financeira.

A avaliação do Goldman Sachs coloca a Sabesp ao lado de outras empresas de destaque no setor, como Equatorial (EQTL3) e Copel (CPLE6), que também têm demonstrado solidez em suas operações e boas perspectivas de crescimento.

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