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Ação da Vibra cai após aquisição da Comerc: é oportunidade?

Analistas do Bradesco BBI entendem que a queda das ações já era esperada, mas continuam a recomendar a compra

por Gustavo Kahil
3 min leitura
Vibra

A antecipação da aquisição de 50% da Comerc pela Vibra (VBBR3) por R$ 3,52 bilhões trouxe o fechamento da operação já para o primeiro trimestre de 2025, antes do previsto de 2026, e chamou a atenção de analistas e investidores, levantando questões sobre as motivações e implicações da decisão. As ações operam em queda de aproximadamente 3,5% nesta quinta-feira (22).

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A Comerc, avaliada em R$ 7,05 bilhões em julho de 2024, já havia sido adquirida parcialmente pela Vibra em 2021, quando foi avaliada em R$ 6,8 bilhões. Com o ajuste pela taxa CDI, a avaliação inicial corresponderia a aproximadamente R$ 9,24 bilhões atualmente, o que indica um desconto de 23% na transação recente. Esse desconto, segundo a administração da Vibra, é parcialmente explicado por taxas de juros mais altas e preços de energia mais baixos no Brasil.

Os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, do Bradesco BBI, destacaram que a antecipação da aquisição pode ser vista sob dois ângulos. Por um lado, a transação remove a pressão vendedora de um evento que provavelmente aconteceria em 2026, o que traz alívio para o mercado. Além disso, a avaliação da Comerc está alinhada com as estimativas do Bradesco BBI, que projetava R$ 7,4 bilhões para a empresa em 2024.

Impacto nos dividendos

Por outro lado, a antecipação da compra pode impactar negativamente a alavancagem da Vibra. A administração da empresa mantém como ideal um nível de alavancagem entre 1,5x e 2,0x, mas após a aquisição, essa métrica deverá atingir 2,3x, conforme as estimativas dos analistas. Esse aumento na alavancagem pode limitar a capacidade da Vibra de pagar dividendos elevados nos próximos anos, o que pode frustrar alguns investidores.

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A Vibra espera capturar sinergias significativas com a aquisição da Comerc, estimando uma TIR de aproximadamente 15%. Essas sinergias, que devem somar R$ 1,4 bilhão nos próximos dois anos, estão relacionadas principalmente a eficiências de custos, benefícios fiscais e redução nos custos da dívida. Além disso, há um potencial de alta relacionado a sinergias comerciais e ao crescimento da Comerc, financiado por sua própria geração de caixa.

No que diz respeito à administração futura da Comerc, Christopher Vlavianos, fundador e presidente da empresa, continuará como consultor até 2028. André Dorf, atual CEO, permanecerá na posição até o final do ano, sendo substituído por Clarissa Sadock, VP de Energia Renovável e ESG da Vibra. A Comerc também firmará um acordo de não concorrência com Vlavianos e a Perfin, antigos acionistas da empresa.

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Reação negativa

A decisão da Vibra de acelerar a aquisição está ligada à maturidade da Comerc, que deve gerar um EBITDA estimado em R$ 1,3 bilhão no próximo ano. A empresa agora tem a capacidade de contribuir com custos, sinergias comerciais e crescimento futuro da Comerc, o que reforça a decisão de antecipar a aquisição.

Apesar das expectativas positivas, Falanga e França alertam para a reação negativa do mercado, dado que a aquisição inicial da Comerc em 2021 não foi bem recebida pelos investidores. No entanto, os analistas mantêm sua recomendação de compra para as ações da Vibra, com um preço-alvo de R$ 37, destacando que a perspectiva para os resultados da distribuição de combustíveis continua positiva. O potencial de valorização fica em aproximadamente 47%.

Os analistas também ressaltam que, embora a reação das ações possa ser negativa a curto prazo, a Vibra ainda oferece proteção contra uma possível fraqueza nos preços do petróleo no próximo ano. Isso se deve ao fortalecimento das margens na distribuição de combustíveis, que continuam sendo um pilar importante para a empresa.

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