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Ação do Carrefour (CRFB3) é mais uma vítima da Selic

Análise aponta pressão nas margens e desafios macroeconômicos, com recomendação rebaixada para "manter" e preço-alvo reduzido para R$ 7,50

por André Torres
3 min leitura
Carrefour, Ibovespa

O Carrefour (CRFB3) foi rebaixado para “manter” em meio a desafios operacionais e financeiros que impactam suas perspectivas no curto prazo.

Os analistas Iago Souza e Nina Mirazon da Genial Investimentos destacam que a alta da Selic, combinada com uma elevada alavancagem financeira de 4,1x, tem pressionado os resultados da empresa.

Apesar da recuperação parcial das vendas no Atacadão, as margens devem continuar sob pressão, com expectativa de queda no lucro líquido ajustado de -7,7% no 4T24.

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A monetização de ativos imobiliários via contratos de Sales and Leaseback (SLB) surge como estratégia para mitigar parte dos desafios financeiros.

No entanto, o cenário macroeconômico adverso e a possível saída da família Diniz (Peninsula Participações) adicionam incertezas ao futuro da companhia.

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O preço-alvo foi reduzido de R$ 10,50 para R$ 7,50, refletindo uma revisão de -17% nas projeções de lucro para 2025 e 2026.

Embora a visão para 2025 indique leve melhora no resultado operacional, os analistas não enxergam gatilhos positivos relevantes no curto prazo.

A estratégia de venda de ativos imobiliários e o carve-out do Carrefour Property parecem distantes de gerar impacto significativo, mantendo as ações negociadas a 11,5x P/E 2025 Est. Genial, sem grande atratividade no momento.

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Pressão nas Margens e Rentabilidade Fraca. Esperamos uma retração de -2,0% a/a do EBITDA ajustado consolidado, afirmam os analistas Iago Souza e Nina Mirazon. A margem bruta deve continuar contraindo (-68bps a/a), impactada por ajustes de precificação no Varejo e maiores atividades promocionais no Sam’s Club. Além disso, as despesas operacionais relacionadas à expansão do Sam’s e à maturação de serviços no Atacadão pressionam ainda mais os resultados.

Impacto dos Juros Elevados e Dívida Bruta. A alta dos juros seguirá como o maior desafio para o Carrefour, destacam os analistas. Com uma dívida bruta elevada e maior volume de recebíveis descontados, as despesas financeiras continuam pesando sobre o lucro líquido. A alavancagem financeira de 4,1x (pré IFRS 16) consome 46% do lucro operacional, acima dos 45% registrados em 2024, limitando a capacidade de geração de valor no curto prazo.

Estratégia de Monetização de Ativos Imobiliários. Frente a uma alta alavancagem financeira, esperamos que a monetização de ativos imobiliários siga por contratos SLB, explicam os analistas. Em outubro de 2024, a empresa vendeu 15 imóveis para o FII GARE11. Essa estratégia deve continuar em 2025, mas o cenário macroeconômico desafiador pode limitar os ganhos com essas operações, retardando o impacto positivo esperado.

Rebaixamento da Recomendação e Preço-Alvo Reduzido. Dadas as mudanças detalhadas na seção ‘Atualização de estimativas’, estamos rebaixando a recomendação para “manter” afirmam Souza e Mirazon. O preço-alvo foi cortado de R$ 10,50 para R$ 7,50, refletindo uma revisão de -17% nas projeções de lucro para 2025 e 2026. O upside de 18% em relação ao último fechamento ainda é limitado pela ausência de gatilhos claros no curto prazo.

Performance do Atacadão e Desafios no Varejo. Esperamos vendas totais de R$ 32,8 bilhões, avançando +5,6% a/a, destacam os analistas. O Atacadão lidera o crescimento, com SSS de +6,0% a/a, enquanto o Varejo segue como detrator devido à redução do parque de lojas (-27,1% a/a LTM). Apesar da melhora sequencial no Varejo, sua contribuição para o resultado consolidado permanece limitada, ampliando os desafios operacionais da companhia.

Visão para 2025 e Possíveis Riscos. Para 2025, projetamos uma leve melhora no resultado operacional, afirmam os analistas. No entanto, o impacto financeiro da alta da Selic e da alavancagem deve continuar pesando sobre os resultados. Entre os riscos, destacam-se a possível saída da família Diniz (Peninsula Participações) e a dependência de estratégias de monetização de ativos para aliviar a pressão financeira, além de um cenário macroeconômico ainda incerto.

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