No terceiro trimestre de 2024, a CCR (CCRO3) apresentou resultados financeiros que, em sua maioria, foram positivos e bem recebidos pelo mercado, com comentários de analistas de diversas instituições, como Safra, XP Investimentos e BTG Pactual. A companhia, que atua no setor de concessões de infraestrutura no Brasil, viu um desempenho estável em suas principais operações, mas os analistas identificaram pontos de atenção e perspectivas diversas para o futuro próximo.
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O BTG Pactual destacou que os resultados da CCR ficaram próximos de suas expectativas, especialmente em relação à receita líquida, que atingiu R$ 4 bilhões, uma alta de 11% em relação ao ano anterior, ficando ligeiramente acima das projeções da instituição.
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Contudo, o Ebitda ajustado, que exclui despesas não recorrentes, registrou R$ 2,4 bilhões, representando um aumento de 23% ano a ano, mas abaixo do esperado pelo BTG. Essa diferença foi atribuída a gastos extraordinários com melhorias na ViaOeste, o que impactou a margem Ebitda, que ficou em 59%, abaixo do esperado.
No aspecto operacional, o BTG notou que a CCR apresentou sólido crescimento no tráfego de suas rodovias e expansão significativa nas receitas de aeroportos, impulsionadas pelo aumento da demanda.
Em sua avaliação, o banco vê resiliência nos resultados operacionais e destaca as recentes movimentações estratégicas, como a extensão do contrato de Renovias até 2026 e a emissão de debêntures no valor de R$ 2 bilhões para gestão de passivos. Com esses fatores, o BTG mantém uma perspectiva otimista e a recomendação de compra para as ações da CCR, com um preço-alvo de R$ 20.
Investimentos
O Safra trouxe uma análise complementar ao desempenho da CCR, destacando o forte crescimento das receitas de tráfego e o aumento do Capex, que alcançou R$ 2,1 bilhões no terceiro trimestre. Esse volume de investimentos é um indicativo do compromisso da empresa com a expansão e melhoria de suas operações, em especial nas Linhas 8 e 9 da região metropolitana de São Paulo e nos blocos Sul e Central das concessões rodoviárias.
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O banco apontou também o impacto da inflação e da alta das taxas de juros, que geraram uma elevação na alavancagem da companhia, com a relação dívida líquida sobre Ebitda passando para 3,1 vezes, contra 3 vezes no segundo trimestre. A instituição acredita que, apesar dos desafios macroeconômicos, a CCR conseguirá manter uma trajetória de crescimento, impulsionada pelos investimentos em andamento e pela diversificação de suas operações. Assim, o Safra também mantém uma visão favorável para a ação.
A XP Investimentos, por sua vez, enfatizou a performance sólida da CCR nos segmentos de tráfego e aeroportos, que registraram crescimento de receita de 10% e 19% em relação ao mesmo período do ano anterior, respectivamente. Esse crescimento foi visto como um reflexo da recuperação da mobilidade urbana e do setor de transportes, à medida que a economia se ajusta aos novos níveis de demanda. A XP observou ainda que a CCR conseguiu compensar parcialmente os desafios de curto prazo com sua estratégia de diversificação, o que contribuiu para a sustentabilidade de suas receitas.
No entanto, a XP também alertou para os impactos da inflação e do cenário macroeconômico adverso no Brasil, especialmente para empresas de infraestrutura. Com a persistência das pressões inflacionárias e a alta dos juros, a expectativa é que a CCR enfrente desafios para expandir suas margens operacionais no curto prazo. Mesmo com esses obstáculos, a XP manteve uma recomendação positiva, destacando a capacidade da empresa de se adaptar ao cenário adverso e de continuar gerando valor aos acionistas.
Veja os resultados da CCR