As ações do Assaí (ASAI3) e do Atacadão (CRFB3) estão com uma queda superior a 10% em 2024 e chamaram a atenção dos analistas do Goldman Sachs, mostra um relatório enviado a clientes neste domingo (14).
Segundo os analistas Irma Sgarz e Felipe Rached, uma grande parte do mau desempenho foi impulsionada pelo alargamento da curva de rendimentos das taxas de juros.
“Apesar do perfil de procura mais defensivo que os varejistas alimentares oferecem, taxas mais elevadas têm um impacto desproporcional nos lucros, uma vez que ambas as empresas permanecem altamente alavancadas após fusões e aquisições e investimentos relacionados em anos anteriores”, explicam.
Atualmente, os papeis da Assaí e do Atacadão são negociados a 12 vezes e 10 vezes o esperado para 2025, respectivamente.
“Reconhecemos que estes níveis não são necessariamente pouco exigentes em comparação com o resto da nossa cobertura. No entanto, acreditamos que as tendências futuras da inflação alimentar poderão apoiar as vendas e conduzir a revisões em alta das taxas de lucro por ação (na ausência de revisões em alta nas taxas)”, alertam Sgarz e Rached.
Resultados do Assaí e Atacadão
O Goldman Sachs aponta que o consenso do mercado projeta que a inflação alimentar acelere pelo menos até o final do terceiro trimestre de 2024, e o banco acredita que pode haver risco ascendente para as estimativas de consenso para o primeiro semestre de 2025.
Os analistas veem um crescimento dos lucros “mesmo num mundo onde o juro é maior durante mais tempo”.
A projeção está em um aumento de 13% para o lucro por ação do Assaí e de 57% em 2025, “embora agora esperemos que a taxa Selic permaneça inalterada em 10,5% até meados de 2025, com dois cortes de 50 pontos-(base) no segundo semestre”.
Já para o Atacadão, o Goldman projeta que o lucro líquido quase duplique em relação ao ano anterior em 2025.
Ambos têm a recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 14 (contra R$ 15 anteriormente) para o Assaí, e de R$ 14 para o Atacadão.