Alô a todos os leitores do Dinheirama. Estamos novamente ativos com o “Aconteceu no Dinheirama”. Apesar de o assunto já ter sido abordado em um excelente artigo publicado pelo Navarro, a notícia da queda da CPMF é extremamente relevante e um dos principais destaques da semana. Outro ponto relevante é a redução de 0,25% na taxa de juros nos EUA e a manutenção da nossa Selic nos enormes 11,25%. Os outros destaques que eu achei importantes são a definição do preço das ações da oferta pública do Banco do Brasil, a preocupação do mercado com o deságio obtido no leilão da usina no rio Madeira e o forte crescimento do PIB no terceiro trimestre. Boa leitura a todos!
Cai a CPMF…
Na madrugada de quarta-feira, dia 12, o governo levou um tropeção no Senado, e a CPMF caiu. Apesar dos 45 votos favoráveis à manutenção do imposto, quatro a menos que o mínimo necessário, a partir de 1° de janeiro de 2008 os brasileiros não pagarão mais CPMF. E com isso, ontem, a bolsa caiu, o dólar subiu, os juros futuros dispararam. E para piorar o cenário, a onda de más notícias aumentou com a ata do Copom, e dados externos.
Com o fim da CPMF, alguns economistas apostam que o Grau de Investimento venha só em 2009. Compete ao governo determinar se haverá cortes de gastos ou uma busca por compensar a queda da receita. O governo afirma que as metas de superávit primário estão mantidas e a responsabilidade fiscal é um compromisso, como é possível notar nas palavras do ministro da Fazenda Guido Mantega:
“Em nenhum momento vamos mexer na equação fiscal do País”
Dá pra sentir o atual momento nas palavras de Armínio Fraga, ex-BC:
“Não há dúvida de que é um momento de crise, mas é também uma oportunidade desde que o governo responda de forma adequada. (…) Cabe ao governo fazer do limão uma limonada”
O que vai ser do Brasil sem a CPMF? Só o tempo dirá. Ano novo, imposto velho…
Leia mais:
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- Mantega: Não vamos mexer na equação fiscal do País (Portal Exame)
- Derrota do governo na prorrogação da CPMF não afeta nota do Brasil, diz Fitch (Infomoney)
FED reduz a taxa de juros nos EUA para 4,25%. Por aqui ficamos em 11,25%
Mais uma vez o Banco Central dos EUA – FED – cortou a taxa de juros do país em 0,25%. Agora os EUA operam com um juro de 4,25% ao ano. A nota divulgada pelo FED na terça-feira diz que “alguns riscos inflacionários permanecem” e que “as leituras do núcleo da inflação melhoraram de forma modesta neste ano, mas os preços elevados de energia e commodites, entre outros fatores, podem acrescentar pressão à inflação”. Ou seja, pressões inflacionárias não combinam com reduções de juros, isso pode agravar a desaceleração da economia dos EUA levando a recessão. Esses temores fizeram com que os mercados ficassem nervosos derrubando as bolsas pelo mundo.
Já aqui no Brasil, o Copom decidiu manter a Selic em 11,25% ao ano. A ata divulgada dizia que “a deterioração do balanço dos riscos inflacionários reduz a margem de segurança da política monetária”. Mais uma vez a decisão do Comitê de Política Monetária desagrada muita gente.
Leia mais:
- Federal Reserve mantém ritmo gradual e reduz juros para 4,25% (Folha Online)
- Temor de que inflação faça FED parar de cortar juros afeta bolsas em NY (Folha Online)
- Risco de recessão nos EUA é o maior em mais de três anos, diz jornal (Folha Online)
- Confira a íntegra da ata do Copom (Folha Online)
- Indústria diz que esperava manutenção dos juros, mas pede mais cortes (Folha Online)
- Bolsas dos EUA caem mais de 2% por decepção com FED (Estadão)
- Copom: margem de segurança reduziu “sensivelmente” (Portal Exame)
Definido o preço por ação do BB em R$ 29,25
Oferta de ações do BB teve seu processo de bookbuilding – definição do preço das ações – concluído com cada papel valendo R$ 29,25. Os pedidos dos investidores de varejo foram atendidos integralmente até o valor de R$ 5.996,25. Ao excedente foi aplicado um rateio de 52,684%.
Com isso, após a distribuição das 87,217 milhões de ações ordinárias, o BNDESPar (empresa de participações do BNDES) e a Previ (fundo de pensão dos funcionários do BB), atuais donos das ações, arrecadarão R$ 3,061 bilhões.
Leia mais:
- Oferta pública do BB atinge R$ 3 bi e fixa preço de R$ 29,25 por ação (Folha Online)
- Oferta de ações do BB atendeu até R$ 5.996,25 no varejo (Portal Exame)
Ações de Energéticas despencam com o resultado do leilão de usina no rio Madeira
Após protestos e confusões, foi realizado o leilão de construção e exploração da usina Santo Antônio, a primeira a ser leiloada no complexo rio Madeira. O consórcio vencedor é liderado pela construtora Odebrecht e pela estatal Furnas. O consórcio venceu o leilão após apresentar a menor tarifa de energia. O teto definido pelo governo era de R$ 122,00 por megawatt hora, mas o consórcio apresentou o valor de R$ 78,90 assustando o mercado. O temor é que esse preço seja uma forma de forçar reduções de tarifas no médio prazo. “A oferta, em nossa visão, sofreu uma clara pressão do governo para baixar o preço da energia no longo prazo” afirma um relatório da corretora Ativa.
A comprovação da frustração do mercado com o resultado do leilão foi a queda das ações das empresas de energia. A Cemig, que também faz parte do consórcio com 10%, teve suas ações (CMIG3) desvalorizadas em mais de 3% no dia 10. As ações da Cesp (CESP6) fecharam em 0,36% mais baratas que no dia 09, mas a grande queda veio nas ações da eletrobrás (ELET6) – a estatal que controla Furnas – que perderam 4,5%.
O presidente da Eletrobrás, Valter Cardeal, discorda da percepção do mercado. Segundo Cardeal, foram obtidos, preços competitivos com “remuneração adequada e justa”. “Com isso, estamos retomando a geração de grande porte em larga escala na região amazônica, cujo potencial exploratório é de 150 mil MW (megawatts)”, afirmou.
Leia mais:
- Mercado vê uso político de estatais em leilão do rio Madeira (Portal Exame)
- Ações de energia caem após leilão de usina do Madeira (Portal Exame)
- Odebrecht estima investimento de 10 bi no Madeira (Portal Exame)
- Preço alcançado em leilão do Madeira é “adequado e justo”, diz Eletrobrás (Folha Online)
PIB do Brasil cresce 5,7% no terceiro trimestre
O IBGE divulgou na quarta-feira (12/12) dados sobre o PIB do terceiro trimestre de 2007. Nesse trimestre a economia cresceu 1,7% em relação ao segundo trimestre e 5,7% em relação ao terceiro trimestre de 2006. A soma das riquezas produzidas no Brasil chegou a R$ 645,2 bilhões no trimestre. O maior crescimento ficou com o setor agropecuário (+9,2%) seguido pela indústria (+5,0) e pelo setor de serviços (+4,8%).
No acumulado do ano, desde janeiro de 2007, o Brasil já cresceu 5,3%. A aposta do ministro Guido Mantega é que o ano de 2007 traga um crescimento superior a 5% para o Brasil. Em nota divulgada, o ministro afirmou que:
“O crescimento do PIB no terceiro trimestre reflete o bom momento da economia brasileira, revelando o grande potencial produtivo de nossas empresas e trabalhadores, bem como os acertos da política econômica adotada nos últimos anos”
De acordo com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles:
“Este resultado é a evidência mais concreta da retomada da confiança e da maior previsibilidade conquistada pela economia brasileira ao longo dos últimos anos, que permite o aumento da capacidade produtiva de forma a aumentar a disponibilidade de bens e serviços e o bem-estar da população”
Leia mais:
- PIB cresce 5,7% no 3° trimestre (Portal Exame)
- Mantega espera crescimento superior a 5% em 2007 (Folha Online)
- Investimento e consumo mostram crescimento sustentável, diz Meirelles (Folha Online)
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Arthur Gouveia é Consultor de Empresas especializado em Gestão e Estatística. Conheceu o Dinheirama e, desde então, aplica as dicas dos editores e comentaristas em seu cotidiano, buscando aumentar seu patrimônio líquido. Atualmente edita a seção de Notícias e é editor responsável pelas dicas e opiniões de nossos leitores.
Crédito da foto para Marcio Eugenio.