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Acordo sobre Mariana fica em R$ 132 bilhões; veja os detalhes

O rompimento, ocorrido em 2015, afetou profundamente o ecossistema e a população na Bacia do Rio Doce, especialmente no município de Mariana

por Gustavo Kahil
Novo distrito de Bento Rodrigues, Mariana, Minas Gerais, atingido pelo rompimento da barragem da Samarco, empresa da Vale e BHP

O Governo de Minas Gerais firmou, nesta sexta-feira (25), o Novo Acordo de Mariana, um compromisso para reparar os danos causados pelo desastre da barragem de Fundão, operada pela Samarco, uma joint venture entre Vale (VALE3) e BHP.

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O rompimento, ocorrido em 2015, afetou profundamente o ecossistema e a população na Bacia do Rio Doce, especialmente no município de Mariana. Após quase uma década de negociações, o novo acordo contempla investimentos robustos de R$ 132 bilhões, sendo R$ 81 bilhões destinados ao estado de Minas Gerais, e promete trazer justiça e celeridade às ações de reparação.

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Esse processo de repactuação, fruto de intensas discussões entre os governos de Minas Gerais, Espírito Santo, União e demais envolvidos, reflete um esforço coordenado para garantir que as comunidades e vítimas tenham acesso a recursos para reconstruir suas vidas e o ambiente devastado. Um dos pilares do acordo é a criação de um programa específico de transferência de renda para os moradores de Mariana, que receberão R$ 15 mil por pessoa, beneficiando 29 mil moradores de baixa renda. Além disso, 5 mil pessoas com danos comprovados receberão indenizações de, no mínimo, R$ 60 mil.

O novo sistema indenizatório também contempla um programa abrangente para as comunidades impactadas em 38 municípios de Minas Gerais, incluindo Mariana. Mais de 200 mil pessoas poderão receber R$ 35 mil cada, totalizando cerca de R$ 10 bilhões. Em uma abordagem inovadora, o acordo introduz um programa de transferência de renda para agricultores e pescadores residentes a até cinco quilômetros das margens do Rio Doce, que receberão 1,5 salário mínimo mensal durante três anos.

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Além do apoio direto às vítimas, o Novo Acordo de Mariana estabelece o Fundo Popular do Rio Doce, destinado a financiar projetos selecionados pela própria comunidade afetada.

Com uma verba de R$ 2,5 bilhões, o fundo permitirá que a população defina prioridades locais para impulsionar a recuperação socioeconômica. Para agricultores e moradores das margens do Rio Doce, um fundo de R$ 1 bilhão será investido na recuperação produtiva e na prevenção de enchentes, oferecendo assistência técnica e insumos agrícolas através da Emater-MG, que também liderará projetos para transformar a região em um corredor produtivo.

A preocupação com o meio ambiente é um ponto de destaque no acordo. Cerca de R$ 7 bilhões serão alocados para universalizar o saneamento básico em 200 municípios mineiros da Bacia do Rio Doce, beneficiando diretamente 1,4 milhão de pessoas com abastecimento de água e 4,83 milhões com coleta e tratamento de esgoto. O programa também prevê R$ 8 bilhões para reflorestamento, recuperação de nascentes, renaturalização de rios e revitalização da fauna e flora local. As mineradoras envolvidas se comprometeram a destinar mais R$ 9 bilhões a obrigações ambientais, ampliando o alcance das ações de recuperação.

Em termos de recuperação econômica, o plano prevê investimentos de aproximadamente R$ 4 bilhões para o desenvolvimento rural, ciência e tecnologia na região impactada. Outros R$ 11 bilhões serão direcionados a projetos de desenvolvimento socioeconômico, com 80% desses recursos destinados às áreas mais afetadas pelo desastre. O impacto desse pacote de investimento visa reconstruir o tecido econômico local, criando oportunidades e promovendo o crescimento sustentável.

O acordo também inclui um fundo perpétuo para saúde, no valor de R$ 8 bilhões, garantindo recursos contínuos para serviços de saúde nas regiões afetadas. Outros R$ 3 bilhões serão investidos em ações de saúde imediatas pela União, estados e municípios, atendendo uma das demandas prioritárias das comunidades atingidas.

A duplicação da BR-356, uma rota crítica para a região, é outro ponto importante do plano. Com um investimento de R$ 2 bilhões, as obras incluem melhorias na pavimentação e visam facilitar o acesso a áreas impactadas, além de impulsionar o desenvolvimento local.

Enquanto isso, prossegue em Londres um julgamento de indenização movido pelas famílias das vítimas da tragédia.

Veja o novo acordo de Mariana

  • R$ 132 bilhões em novos recursos (MG receberá mais de R$ 81 bilhões deste total);
     
  • R$ 11 bilhões para novos projetos de desenvolvimento socioeconômico;
     
  • R$ 12 bilhões em recursos totais em saúde, sendo 60% deste valor em território mineiro;
     
  • R$ 7 bilhões para universalizar o saneamento básico em 200 municípios mineiros da Bacia do Rio Doce;
     
  • R$ 4 bilhões para recuperação produtiva, desenvolvimento rural e ciência e tecnologia;
     
  • R$ 2 bilhões na duplicação e nas melhorias da BR-356;
     
  • R$ 2,5 bilhões estimados para projetos a serem decididos pelas pessoas em processo de orçamento participativo;
     
  • R$ 1 bilhão para fundo de recuperação produtiva e resposta a enchentes para agricultores e moradores das margens do Rio Doce;
     
  • R$10 bilhões estimados para o novo sistema indenizatório em Minas Gerais.

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