Nos campos de grãos e nas fazendas de gado da Argentina, empresários da agropecuária pedem mudanças nas próximas eleições presidenciais, na esperança de que os anos de incerteza econômica acabem.
Entre as pautas que apoiam, está o livre mercado, com menor controle cambial e de limites de exportação. O país vai às urnas nas primárias neste domingo, dia que dará um indicativo de possíveis resultados nas eleições gerais de outubro.
A coalizão peronista que está no poder com Alberto Fernández corre o risco de deixar a Casa Rosada, em disputa contra a oposição conservadora.
Com a escassez de dólares, uma inflação anual de 116% e a moeda se desvalorizando rapidamente, o governo impôs controles rígidos ao capital, limitou exportações e subiu a taxa básica de juros para 97% ao ano. “São tempos difíceis para o agro, e esperamos que haja uma mudança para aumentarmos a produção”, disse Horacio Deciancio, de 71 anos, um empresário da cidade de San Vicente.
Como muitos de seu grupo, ele faz oposição aos peronistas e apoia o bloco Juntos pela Mudança, que possui uma pequena vantagem nas pesquisas de opinião.
“Pelo menos eles estão falando, na campanha, de como melhorar as condições no setor.”
Pela chapa principal de oposição, concorrem o prefeito de Buenos Aires, Horácio Larreta, e a ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich.
Pelo governo, concorre Sergio Massa, atual ministro da Economia. “Acho que o Larreta pode ser um bom candidato, pelo que está propondo”, afirmou o pecuarista Juan Carlos Ardohain. A ele faz eco o agricultor Ricardo Firpo, da província de Santa Fé.
“Livre mercado é o que precisamos”, disse Firpo. “Temos de conseguir exportar o que for necessário, trabalhar livremente, poder trazer e sacar moeda estrangeira, com uma única taxa de câmbio, e baixar os juros.”