A agência de aviação dos Estados Unidos (FAA) está investigando se documentos falsificados ou incorretos foram usados na verificação de autenticidade do titânio usado em alguns jatos da Boeing (BA; BOEI34) produzidos recentemente, afirmou a agência.
O New York Times, que noticiou o assunto pela primeira vez nesta sexta-feira, disse que a FAA também está investigando a autenticidade de documentos para titânio usado em alguns jatos da Airbus.
Os fabricantes de aeronaves estão enfrentando uma forte demanda por novos aviões, devido a um aumento das viagens após a pandemia.
No entanto, os problemas da cadeia de suprimentos e a escassez de componentes estão limitando sua capacidade de atender a essa demanda.
O titânio, um componente importante na cadeia de suprimentos aeroespacial, é usado na fabricação de componentes como trens de pouso, lâminas e discos de turbinas de aeronaves.
A FAA disse que a Boeing relatou voluntariamente “sobre a aquisição de material por meio de um distribuidor que pode ter falsificado ou fornecido registros incorretos.”
A agência acrescentou: “A Boeing emitiu um boletim descrevendo maneiras pelas quais os fornecedores devem permanecer atentos à possibilidade de registros falsificados.”
A Boeing disse que a questão envolve a indústria em geral e alguns carregamentos de titânio recebidos por um grupo limitado de fornecedores, afetando um número pequeno de peças de aviões.
A fabricante de aeronaves afirmou que está removendo essas peças dos aviões antes da entrega e acrescentou que não há impacto na segurança.
A Airbus disse estar ciente dos relatos, mas afirmou que “testes numerosos foram realizados em peças provenientes da mesma fonte de suprimento. Eles mostram que a aeronavegabilidade do A220 permanece intacta.”
A Spirit AeroSystems, que fornece fuselagens para a Boeing e asas para a Airbus, disse que o titânio entrou na cadeia de suprimentos com documentos falsificados e que todas as peças relacionadas foram removidas de sua produção.
No ano passado, a fabricante de motores CFM International divulgou que milhares de componentes de seus motores poderiam ter sido vendidos com documentação falsificada por um distribuidor britânico.
A descoberta fez com que as companhias aéreas trocassem as peças em alguns aviões.