O time de analistas do Santander esteve em reuniões com investidores no Rio de Janeiro na semana passada e colheu importantes depoimentos sobre as ações do setor financeiro na bolsa brasileira.
De uma maneira geral, cinco pontos foram debatidos:
• menor ruído regulatório;
• múltiplos abaixo dos níveis históricos;
• aceleração da carteira de crédito;
• melhoria da qualidade dos ativos;
• expansão dos lucros de dois dígitos para os grandes bancos
Veja, abaixo, as impressões colhidas para cada uma das empresas, com destaque para o potencial maior de dividendos para o Banco do Brasil, as dúvidas em relação ao Nubank e as escolhas dentre o BTG ou a XP.
Itaú (ITUB4)
Ter o Itaú na carteira é um consenso, mas isso implica em poucos compradores marginais. A maioria dos investidores tem a mesma visão que nós: o Itaú deverá entregar lucro líquido de R$ 40 bilhões em 2024.
Bradesco (BBDC4)
“Quanto ao Bradesco, as expectativas de lucros permanecem baixas para 2024. Um tema recorrente entre as discussões que tivemos foi relacionado ao ROE sustentável do Bradesco, com a maioria não pensando que retornaria ao nível de 20%”.
Banco do Brasil (BBAS3)
“Para o Banco do Brasil, tivemos alguns questionamentos em relação à expansão de lucros de dois dígitos que esperamos para este ano (ou seja, o downside proveniente da operação argentina do BB parecia ter ficado para trás).
O ruído político continua a ser uma questão importante, mas muito menos do que antes.
Além disso, aumentaram as expectativas de um maior payout de dividendos para o BB, potencialmente já se materializando em 2024”
Nubank (ROXO34)
“Nubank foi um nome muito discutido.
Ficamos com a impressão de que a discussão continua centrada no ROE estrutural que o banco poderia entregar.
A maioria dos investidores corroborou a nossa visão de que o Nubank eventualmente terá que aumentar a remuneração dos seus depósitos para sustentar a expansão do crédito acima da indústria no futuro, e isso poderia colocar os resultados financeiros sob pressão”
Inter (INBR32)
“O Inter foi mencionado algumas vezes, e a maioria dos investidores com quem conversamos não se sentiu encorajada pelos guidances de médio prazo da administração, mas é consenso que as ações devem render melhores retornos a partir de agora”.
Banco Pan (BPAN4)
Por fim, sentimos que o interesse pelo Banco Pan aumentou significativamente nos últimos meses. Os investidores parecem estar mais otimistas com o plano da administração de aumentar a rentabilidade e, ao mesmo tempo, aumentar o balanço – mas acreditamos que é mais uma história para 2025.
XP (XPBR31) e BTG (BPAC11)
“Conhecemos muitos investidores que possuem XP ou BTG em seus portfólios, mas poucos tinham os dois.
Acreditamos que os investidores estão escolhendo apenas um nome para navegar no ambiente de taxas de juros mais baixas, embora reconheçamos que são empresas heterogêneas e bem-posicionadas para esse movimento”.
B3 (B3SA3)
“Em relação à B3, encontramos poucos investidores que atualmente gostam da ação: nesse nível de ADTV, poucos estão comprando, mas também não são muitos vendendo, visto que B3SA3 também é visto como um ‘proxy ETF Brasil’”