A coalizão fragmentada da Alemanha deixou de lado semanas de disputas nesta terça-feira e concordou com um pacote de redução de impostos corporativos no valor de 7 bilhões de euros, com o objetivo de dar à economia o que o chanceler Olaf Scholz chamou de “grande impulso”.
Uma tentativa anterior de aprovar o pacote, chamado de “Lei de Oportunidades de Crescimento”, foi frustrada pela ministra da Família, Lisa Paus, que pertence ao Partido Verdes e buscava 12 bilhões de euros para um novo benefício de apoio infantil.
O pacote foi fechado para quatro anos.
De acordo com o esboço da legislação visto pela Reuters, em seu primeiro ano ela causará um déficit de receita fiscal de 2,6 bilhões de euros para o governo federal, 2,5 bilhões para os Estados e 1,9 bilhão de euros para os municípios.
“Discutiremos como conseguir um grande impulso”, disse Scholz no início do retiro de dois dias do gabinete no Schloss Meseberg, um castelo barroco nos arredores de Berlim. “A economia alemã pode fazer mais.”
O pacote de estímulo vem em meio à crescente insatisfação pública com o desempenho da coalizão, com 61% dos entrevistados em uma pesquisa da Forsa dizendo que estavam tão irritados com as disputas da coalizão que não prestavam mais atenção.
O fracasso inicial na aprovação do pacote de crescimento, defendido pelo ministro das Finanças liberal, Christian Lindner, foi visto como um sinal de que uma coalizão de dois partidos de esquerda com visão social e um partido economicamente liberal é de difícil controle para governar.
A aprovação do pacote de crescimento foi possível quando os dois lados concordaram em reduzir o planejado Seguro Básico Infantil para pouco mais de 2 bilhões de euros.
A lei incentiva as empresas a fazerem investimentos favoráveis ao clima, oferece incentivos fiscais para pesquisas e permite que as empresas compensem mais perdas com lucros de outros exercícios financeiros.
A economia alemã estagnou no segundo trimestre, sem mostrar nenhum sinal de recuperação de uma recessão e consolidando sua posição como uma das principais economias mais fracas do mundo.