Pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) sobre os preços na primeira semana de setembro mostra que a inflação dos alimentos está abaixo de zero.
No chamado grupo Alimentação, a inflação caiu para -0,45% no espaço de 30 dias até a primeira semana deste mês, período da pesquisa. O número configura deflação.
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A maior queda se deu em hortaliças e legumes, cujos preços tiveram queda de 15,90% em relação ao mesmo período anterior, ou seja, 30 dias até a primeira semana de agosto.
No índice geral de inflação para o início de setembro, aquele que afere os preços de todos os segmentos de produtos e serviços, houve um acréscimo de 0,5%.
Essa tendência de queda na inflação de alimentos já havia sido confirmada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em pesquisa de julho, noticiada pela Agência Gov.
Essa deflação de alimentos, segundo o Ipea, protege mais as camadas da população que ganham menos: para as famílias de renda baixa, a taxa de inflação geral havia sido de 0,09% naquele mês, e para as famílias de renda muito baixa, de 0,18%.
Nos dois casos, a tendência de queda vinha desde junho.
Esses resultados recentes desfazem o temor de que a crise no Rio Grande do Sul, importante produtor de alimentos que foi severamente castigado pelas chuvas em maio deste ano, ia deflagrar uma onda inflacionária.
O que as previsões não levaram em conta, no entanto, é que a injeção de recursos federais para ajudar o estado gaúcho e as ações de órgãos do Governo para suprir a demanda de alimentos a partir de outras praças produtoras iam manter as taxas sob controle.
Há também a influência de projetos do governo que aumentaram as compras que o Governo Federal faz diretamente da agricultura familiar, como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos), que diversificam os fornecedores e ajudam a controlar a inflação.