Os preços ao produtor no Brasil aceleraram em março em alta de 0,35%, com o setor químico em destaque, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira.
O resultado levou o índice acumulado em 12 meses a uma queda de 4,13%. Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) havia subido 0,14%, depois de três quedas seguidas.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que 17 tiveram variação positiva em março sobre o mês anterior. A principal influência foi exercida pela alta de 2,06% do setor químico.
“O que pautou essa alta foram os produtos derivados da cadeia de petróleo. Estamos vendo uma alta nos preços do barril de petróleo nos últimos meses, com isso há uma pressão via custos de aumento dos preços dos derivados”, explica Murilo Alvim, analista do IPP.
“Isso em conjunto com um aumento da demanda, especialmente por parte da China, que está com a atividade industrial aquecida, e devido a desafios de logística no mercado externo. Isso afeta os produtos derivados da nafta e de resinas e elastômeros, matérias-primas para a fabricação de materiais plásticos”, completou.
Entre as outras atividades, as maiores variações em março foram registradas por vestuário (2,65%), papel e celulose (1,92%), e perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-1,46%).
Já o setor de alimentos teve queda de 0,38%, marcando o terceiro resultado negativo consecutivo.
“O setor de alimentos teve quedas em todos os meses de 2024. Pelo lado do produtor industrial de alimentos no Brasil, podemos falar em deflação de produtos alimentícios”, disse Alvim.
O IPP mede a variação dos preços de produtos na “porta da fábrica”, isto é, sem impostos e frete, de 24 atividades das indústrias extrativas e da transformação.